O influenciador Felipe Neto reforçou que os clipes em seu canal no YouTube não são direcionados para o público infantil e que amadureceu com a sua vivência digital. Em entrevista publicada pelo Emais, nesta terça-feira (4), o youtuber explicou que começou a gravar vídeos 10 anos atrás e que, devido a isso, "cresceu com valores um pouco distorcidos".
— Eu era um menino de 22 anos. Eu tive minha formação muito dentro da igreja católica, em uma linha mais tradicional da igreja católica. Então, eu cresci com alguns valores um pouco distorcidos, valores homofóbicos, machistas, estudei muito a Bíblia e de tanto estudar eu comecei a questionar algumas coisas e me desgarrar um pouco da religião — disse ao Emais.
O influenciador afirmou ainda que, quando começou a gravar vídeos no YouTube, tinha esses valores enraizados, "aquela homofobia institucionalizada, que sai no discurso e você nem está percebendo":
— Eu levei anos para enxergar isso, para ouvir as pessoas falando sobre isso — acrescentou, lembrando do vídeo em que chama Justin Bieber de "veadinho".
Ele também contou que o seu processo de amadurecimento foi público:
— É difícil não ter uma estrutura. Quando eu voltei para o YouTube eu não tinha essa estrutura, eu não tinha como me blindar, era eu fazendo vídeo com uma câmera e mandando para um editor e botando no ar. E aquilo explodiu de um jeito que eu nunca podia imaginar. E não passava pela minha cabeça que palavrões e piadas sexuais seriam vistos por um público mais jovem — reflete Neto. — Então, se eu fosse uma pessoa que não tentou melhorar, que não tentou evoluir, não tentou ouvir ou aprender, eu concordaria com seu texto até hoje. Mas eu não sou essa pessoa. Eu sei o quanto eu errei e o quanto eu precisei errar para aprender, tomar porrada para consertar.
Além disso, ele lembrou que seus anúncios são "para o pai e para o jovem adulto que me assiste, porque o conteúdo do canal não é especificamente para criança":
— Então, eu não vendo nada para a criança — reforça, dizendo que nunca pede para os responsáveis adquirirem obras suas para os filhos.
Ele busca, na essência, chegar ao público mais velho:
— A última coisa que eu quero são pais contra mim. A melhor coisa no mundo para mim é ter a família me assistindo. Então, quanto mais eu puder levar meu conteúdo para a família inteira, mais eu vou querer.