A Coalizão Negra por Direitos protocolou no Ministério Público Federal (MPF), nesta quinta-feira (4), um pedido de afastamento do presidente da Fundação Palmares. A Defensoria Pública da União também entrou com ação, nesta quinta, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para retirar Sérgio Camargo do cargo.
As duas medidas foram tomadas depois de diversas declarações de Camargo consideradas racistas. Desde quarta-feira (3), um áudio em que Camargo chama agentes do movimento negro de "escória maldita" circula nas redes. O termo foi usado por ele em uma reunião em abril - ele foi gravado sem seu conhecimento. Anteriormente, Camargo já havia dito que a escravidão no país foi benéfica para descendentes de escravos.
Os mesmos agentes que protocolaram o pedido no MPF realizarão uma manifestação pela saída de Camargo da Fundação Palmares nesta sexta-feira (5), em Brasília, a partir das 10h. O órgão pertence ao Ministério do Turismo. Na pauta do protesto, também está a morte de João Pedro, morador de São Gonçalo (RJ), de 14 anos, morto a tiros no último dia 18, durante operações das polícias Civil e Federal no complexo do Salgueiro
Por causa de suas declarações nas redes sociais, Camargo já havia sido impedido na Justiça de assumir a direção da Fundação Palmares, em dezembro do ano passado. Em fevereiro, porém, o ministro João Otávio de Noronha, do STJ, reverteu a decisão a pedido da União, e Camargo assumiu o posto.