O ator Tonico Pereira participou do programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na manhã desta sexta-feira (8), e comentou as declarações de Regina Duarte durante uma entrevista a um canal de TV na quinta-feira (7). Na ocasião, a secretária especial da Cultura disse não querer carregar "cordéis de caixões", além de ter citado Hitler e Stalin.
Durante o Timeline, o ator abordou especificamente o momento em que Regina questionou a gravidade das mortes e torturas no período da ditadura militar:
— Eu já não esperava que fosse uma coisa edificante a fala dela, mas ela me surpreendeu profundamente, pois foi algo muito pior. Pra mim, ficou triste ser representado (ou deveria ser) por uma pessoa que está na secretaria de Cultura, que deveria falar por nós, e, no entanto, chega a cantar uma música elogiando ou falando bem, acarinhando uma ditadura. Eu acho que todo mundo tem direito de pensar diferente, mas ali parece que o pensamento é único e imutável e nada refrescante para um ser humano. Eu achei estranhíssimo.
O ator também disse que se sentiu constrangido com a postura de Regina, que chegou a ter a saúde mental questionada por internautas que assistiam à entrevista.
— A gente faz muitas leituras, e a corporal dizia que tinha alguma coisa estranha. É uma fixação com o cabelo, algo estranho. Eu me senti muito constrangido. Me pareceu um desconhecimento até do cargo mesmo. Aquilo que ela falou sobre os mortos de agora, por exemplo, foi um desrespeito. Sobre o Migliaccio, o Aldir... É um desleixo — afirmou Tonico, citando o momento em que Regina disse que não queria fazer um "obituário" na secretaria da Cultura.
O ator ainda abordou o título de "namoradinha do Brasil" e a forma como a atual secretária tratou a entrada no governo Bolsonaro:
— Uma pessoa que tem um título como esse no Brasil em que a gente vive já é uma deformação. Eu, por exemplo, não me fixo em um personagem para existir na minha vida. Eu quero ter vários! Você entrar em um governo lidando da forma que ela lidou, dizendo "estou namorando, noivando, vou casar", acho isso uma doideira, afinal, não é o personagem que está entrando em cena nos momentos de relação com o governo. É algo muito maior do que uma performance de "namoradinha".
Por fim, Tonico falou do próprio posicionamento político e afirmou que quer ser libertário.
— É o meu compromisso com a humanidade, com meus filhos. É o barco em que a gente pode nadar. Eu já fui convidado a participar de vários partidos, não consegui e nem tentei, por conta dessa minha posição de ser libertário. Eu quero ser crítico em qualquer regime, dentro de qualquer contexto político. Eu não quero seguir dogmas nem lideranças que eu não possa questionar.