— Vou tentar arrebentar — disse a atriz Regina Duarte ao abraçar fãs para tirar selfies enquanto comemorava sua posse como secretária especial da Cultura.
Depois da cerimônia em que foi oficializada como integrante do governo de Jair Bolsonaro, a atriz levou um grupo de cerca de 40 pessoas para celebrar a um restaurante de bufê a quilo em Brasília.
— Um restaurante democrático, aberto, de acordo com a minha gestão — assim definiu o local escolhido para almoçar com convidados nesta quarta-feira (4).
Quatro mesas foram reservadas em uma área aberta, ao fundo do estabelecimento, para ela e seus convidados. Entre os presentes estavam o ator e produtor teatral Humberto Braga, que deve integrar sua equipe, seu filho André e as atrizes Rosamaria Murtinho e Mylla Christie.
Não havia bebida alcoólica e sucos e água faziam as vezes de taças de vinho. O local escolhido tem um bufê majoritariamente vegetariano, com opções veganas e as únicas opções de carne são peixe e frango.
— É um vegano que favorece qualquer pessoa, que favorece até quem gosta de uma boa carne — brincou.
À semelhança de Bolsonaro, que costuma fazer refeições em locais populares ou bandejões, Regina tentou demonstrar simplicidade na escolha do local.
— Aqui ninguém fica constrangido, não tem que escolher o talher — contou ao jornal Folha de S.Paulo quando questionada sobre a comemoração.
— Eu estou muito emocionada, eu estava muito emocionada (na posse), mas ao sentir a reação das pessoas que estavam lá eu me senti tão assegurada, tão abraçada ali. O coração estava batendo forte, foi acalmando, foi acalmando e é isso ai. Como eu falei: fé na veia.
Questionada sobre as críticas de setores do bolsonarismo, em especial os seguidores do escritor Olavo de Carvalho, à sua posse, ela relativizou os ataques e disse ainda não ter uma estratégia para solucionar a adversidade.
— Eu ainda não tenho nenhuma estratégia, a minha única estratégia é tentar pacificar. A minha fala fala bem disso. Nós, uma só nação, um corpo só, uma só pátria e a gente tem que se dar as mãos se quiser construir um futuro — afirmou repetindo trecho do discurso performático que fez mais cedo.
Depois de posar para uma foto do grupo que a acompanhava, Regina lamentou ter se esquecido de falar sobre o acarajé, iguaria da culinária baiana.
— Eu pulei o acarajé (no discurso), fiquei muito na culinária — disse, lembrando que acrescentou uma opção de acarajé vegano ao prato. — Na hora eu improvisei: "Que literatura a gente tem!" Eu tinha que falar mais, aprofundar tudo isso, mas não dava.
Regina contou que tinha se programado para falar 11 minutos, de acordo com o texto que levou à mão, mas ao improvisar, ultrapassou 15 minutos.
— É que na hora eu me empolgo, algumas coisas eu falei de improviso.
A nova secretária da Cultura não quis dar detalhes sobre a equipe que está formando e pediu que fosse aguardada a publicação dos nomes no Diário Oficial da União.
— Essa semana estou meio que montando meu apartamento aqui. Então vai ser reunião e apartamento onde eu vou ficar.