Mais de um mês depois de dizer sim ao presidente Jair Bolsonaro, a atriz Regina Duarte tomou posse como secretária especial de Cultura do governo federal nesta quarta-feira. A cerimônia que oficializou o "casamento", analogia usada pela própria atriz, teve início às 11h10min e foi prestigiada pelas classes política e artística, que lotaram o segundo andar do Palácio do Planalto, Um espaço reservado para o fã-clube da atriz também foi improvisado pelos organizadores do evento.
Regina desceu a rampa que deu acesso ao segundo andar de braços dados com o vice-presidente, Hamilton Mourão, acompanhados do presidente e da primeira-dama, Michele Bolsonaro. Para estar a seu lado no tablado em que ficaram as autoridades, Regina fez questão de convidar as ministras Damares Alves, dos Direitos Humanos, e Tereza Cristina, da Agricultura, as únicas mulheres do primeiro escalão.
Regina diz que seu objetivo é emplacar uma agenda de conciliação entre a classe artística e o governo federal:
– Meu proposito é por pacificação e diálogo permanente.
Em seu discurso, não esqueceu da carta branca dada pelo presidente e que vai utilizá-la. Disse ainda que a proposta de ter autoridade e independência na tomada de decisões foi determinante para que aceitasse ser a secretária de Cultura do presidente. Nesta terça-feira à noite, a atriz colocou em prática sua autonomia e mandou demitir seis pessoas que trabalhavam na pasta que irá comandar. Secretários, diretores e chefe de gabinete eram ligados a Olavo de Carvalho, representantes da ala ideológica do governo.
A pasta é subordinada ao Ministério do Turismo. O titular da pasta, Marcelo Álvaro Antônio, também discursou:
– Seja bem-vinda. Você terá parceiros para te ajudar na árdua missão de fazer a cultura de todos os brasileiros e não de uma pequena elite como foi tratada ao longo desses anos. Você terá a missão de democratizar os recursos da cultura para alcancar os quatro cantos do país.
Regina é a terceira pessoa a comandar a pasta. Desde do começo do mandato de Bolsonaro, a secretaria é marcada por uma série de controvérsias. A última envolveu Roberto Alvim, antecessor da atriz, demitido após ter divulgado vídeo em que parafraseava um ministro da Alemanha nazista. Antes dele, Henrique Pires havia acusado o então chefe, o agora ex-ministro da Cidadania Osmar Terra, de censura.
A Secretaria Nacional da Cultura permanecerá subordinada ao Ministério do Turismo. Bolsonaro transferiu o órgão de pasta após a demissão de Pires e divergências com Terra.