Por volta das 20h deste domingo (17), o tradicional cortejo de encerramento da Feira do Livro de Porto Alegre deu partida no centro da cidade. Acompanhados de uma banda e ao som de uma clássica marchinha de Carnaval, a patrona da edição, Marô Barbieri, e o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, entidade organizadora, Isatir Bottin Filho, começaram a caminhada, distribuindo flores entre as bancas instaladas no local.
"Tá chegando a hora/ O dia já vem raiando, meu bem/ Eu tenho que ir embora", entoavam, junto ao público.
O encerramento da 65ª ocorreu em meio ao clima de satisfação com vendas e público, e com forte circulação de visitantes na Praça da Alfândega, suplantando o feriadão que levou milhares de pessoas ao Litoral.
O balanço de vendas será apresentado em entrevista coletiva na segunda-feira (18), às 11h, no auditório do Memorial do Rio Grande do Sul. As perspectivas são positivas devido a uma arrancada final na comercialização de obras que houve entre sexta e domingo.
— Até o momento, nossa avaliação é satisfatória. O mercado editorial vem em queda, mas creio que ficaremos próximos de superar a edição do ano passado. A chuva atrapalhou em alguns momentos, a Feira é um evento externo e que tem essa dependência do clima, mas os últimos três dias foram excelentes. As vendas foram bem expressivas — diz Bottin Filho.
Ele enfatizou que, neste ano, constaram entre os mais vendidos os títulos que tratam sobre "feminismo, inclusão social e temas indígenas".
— Observamos procura maior nesses gêneros. São temas em que propomos reflexões _ comenta Bottin.
A Feira ofereceu ao público 106 opções de bancas entre livreiros, distribuidores, editoras e creditistas — estes últimos são livrarias itinerantes, sem lojas físicas, e que costumam participar de feiras literárias para expor produtos. Do total de estandes, 13 estiveram dedicados ao gênero infantil, outro público cativo da Feira.
A edição também alcançou sucesso nas programações do Teatro Carlos Urbim, estrutura de 300 lugares montada na Praça da Alfândega para receber apresentações de teatro, música e rodadas de bate-papo sobre cultura e livros. Neste domingo pela manhã, o local exibiu o Concertos Comunitários Zaffari, alcançando lotação máxima. Uma parte do público não conseguiu entrar no teatro e acompanhou pelo lado externo.
O projeto para a realização da próxima edição da Feira do Livro já está tramitando no governo federal com o objetivo de captar recursos via Lei Rouanet.
— Nosso objetivo é sempre melhorar a qualidade da programação e das instalações, de forma gratuita, com acessibilidade e fácil acesso. Em termos de quantidade e qualidade, é o maior evento da área cultural do Estado. A feira é muito querida pelos gaúchos _ celebra Bottin.