Paulo Coelho, 72 anos, voltou a comentar a possibilidade de Raul Seixas tê-lo delatado à ditadura militar brasileira nos anos 1970, afirmando agora que o escritor Jotabê Medeiros, que levantou a suspeita na nova biografia do cantor, quer apenas vender livros.
"Começo a ter sérias dúvidas dos documentos que o Jotabê Medeiros me enviou, dizendo e insistindo que Raul tinha me denunciado (emails arquivados). O que se passou entre Raul e eu fica entre nós", escreveu em seu perfil no Twitter nesta quinta-feira (24).
Após a revelação, o escritor já havia afirmado que ficou quieto por 45 anos e imaginou que "levava o segredo para o túmulo". Horas depois, contudo, ele atenuou o discurso afirmando que “não confirmo nada. Apenas vi o documento e me senti abandonado na época. Por isso que não quis dar entrevista”. Mais tarde, ele deletou tais tuítes.
Raul Seixas e Paulo Coelho foram amigos próximos e parceiros na composição de canções de sucesso como Eu nasci há dez mil anos atrás, Gita e Sociedade Alternativa.
Entenda o caso
Os documentos acessados por Jotabê Medeiros, para escrever o livro Raul Seixas: Não Diga que a Canção Está Perdida, são do Arquivo Público do Rio de Janeiro. No texto, o autor menciona a proximidade de datas em que o músico prestou depoimento à polícia militar no ano de 1974.
"Comparei as datas e vi que, entre o primeiro depoimento de Raul ao Dops e o segundo depoimento, no qual ele levou Paulo Coelho, demorou pouquíssimo tempo", disse Medeiros.
Os depoimentos de Raul foram seguidos dos depoimentos de Paulo Coelho, assim como sua prisão e a de sua namorada na época, Adalgisa Rios. O escritor foi torturado por duas semanas. Medeiros acredita que Paulo Coelho "não tem a menor dúvida , hoje, após ver o documento, que Raul o entregou", escreveu ele na biografia.
O livro Raul Seixas: Não Diga que a Canção Está Perdida deve ser lançado no dia 1º de novembro.