Um antigo compositor baiano dizia que sua terra tem "festa de rua", "samba de roda", "Mãe Iemanjá e de outro lado o Senhor do Bom Fim". Faltou dizer que na Bahia também tem muito rock 'n' roll. É o que o Camisa de Vênus vem contar nesta sexta-feira (21), às 21h, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre, no show Toca Raul, que concilia o repertório de um dos maiores ícones do rock brasileiro com o estilo contundente e debochado da banda.
– Partimos da fusão entre o Raul Seixas e o Camisa. O show não tem Gîtâ, Tente Outra Vez ou A Maçã. É pau puro. É Raul em estado genuíno de rock 'n' roll – assegura o vocalista Marcelo Nova.
O repertório do grupo baiano explora as faixas mais irônicas e provocativas de seu conterrâneo Raul Seixas (1945 – 1989), como Rock do Diabo, Rock das Aranha, Não Fosse o Cabral, Cowboy Fora da Lei e Pastor João e a Igreja Invisível.
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Os caminhos de Marcelo Nova e Raul já se cruzaram muitas vezes desde os anos 1960, quando o futuro líder do Camisa, ainda adolescente, frequentava a primeira fila dos shows de Raulzito e os Panteras em Salvador. Mais tarde, ficaram amigos, fizeram apresentações juntos e gravaram em parceria o disco Panela do Diabo (1989), que ficou sem turnê por conta de um episódio trágico – a morte do Maluco Beleza, vítima de uma parada cardíaca, na véspera do lançamento do novo álbum.
Abalado com a perda do parceiro e ídolo, só em 2014 Marcelo Nova pensou em montar uma homenagem ao Panela do Diabo, comemorando então os 25 anos da gravação. O projeto, no entanto, foi interrompido pelo retorno do Camisa de Vênus, com quem voltou a excursionar ao lado de Robério Santana (baixo), Drake Nova (guitarra), Leandro Dalle (guitarra) e Célio Glouster (bateria). A trupe lançou no ano passado o álbum de inéditas Dançando na Lua (2016) e gravou um DVD em Porto Alegre, no Auditório Araujo Vianna, que deve chegar ao mercado até o final do ano.
– Quando começou 2017, pensei "tem que ser agora". Mas o Panela do Diabo era um álbum de Marcelo e Raul. O Camisa não participou. Então, resolvi fazer algo mais amplo, que fosse além das canções que fizemos em parceria – conta Marcelo.
Para o vocalista, o perfil contestatório das canções do homenageado segue atual nos dias de hoje:
– Raul tinha uma faceta sarcástica, irônica e combativa. Foi preciso que o tempo passasse para que isso fosse visto não como uma mania do artista, mas como uma característica fundamental de sua própria obra.
CAMISA DE VÊNUS TOCA RAUL
Onde: Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80).
Ingressos a R$ 80 (galeria), R$ 90 (mezanino), R$ 100 (plateia alta), R$ 110 (camarote) e R$ 120 (plateia baixa).
50% de desconto para sócios do Clube do Assinante RBS nos 100 primeiros ingressos e 10% de desconto para sócios nos demais ingressos.
À venda na bilheteria do Teatro do Bourbon Country, a partir das 10h, e no site ingressorapido.com.br, sujeito à taxa de conveniência.