Com cerca de dois anos de estrada, os músicos da banda Furacão da Vanera, de Gravataí, sempre acreditaram em um sonho: criar uma banda de maxixe que fosse referência no Rio Grande do Sul. Porém, eles sabiam que o caminho seria longo e que o mercado de bailes é pra lá de disputado. Um dos fundadores do grupo, o vocalista Kauan Rodrigues conta que o bom começo da Furacão surpreendeu. A banda vem tendo uma média de 25 shows por mês, há cerca de um ano.
– Dois anos é pouco tempo, tudo aconteceu muito rápido. Mas acredito que um dos fatores que explicam esta aceitação rápida é que o público fã de maxixe nos adotou. Essa turma, em sua grande maioria, é mais jovem, gosta de dançar e curte sertanejo, vanera e forró – define o músico, que lembra bem como se deu o boom do trabalho:
– Foi uma coisa orgânica, partiu deles (dos fãs). Começaram a postar vídeos dos nossos shows no Facebook. E, a partir daí, o nome da banda se espalhou.
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Oportunidade
O maxixe, um dos ritmos mais tradicionais do país, ganhou força como dança de salão entre o fim do século 19 e o início do 20, principalmente, no Rio de Janeiro, com influência de outros balanços como a polca (dança de origem polonesa). No Rio Grande do Sul, sempre teve uma legião de adeptos com uma profusão de cursos que ensinam a bailar.
De olho neste nicho, Kauan observou o mercado do Rio Grande do Sul para fundar a banda.
– Pensei: "Todo mundo está fazendo a mesma coisa, preciso de algo diferente". Então, a gente começou a fazer essa mescla de vanera gaúcha, sertanejo e forró, um maxixe com uma cara gaúcha, com sanfona e violão – explica.
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Braços abertos
Com a agenda lotada no Rio Grande do Sul, rapidamente, o grupo chamou a atenção do mercado catarinense, forte nos bailes. Hoje, de acordo com Kauan, cerca de 60% dos shows estão concentrados no estado vizinho. Entre as faixas que caíram no gosto do público, o vídeo de Tem Que Ser Agora conta com 59 mil visualizações no YouTube.
– Somos privilegiados! Já lançamos três discos. Em cada um, conseguimos uma música de destaque – comemora Kauan, que, nesta semana, está em Santa Catarina, gravando a nova faixa, Paraquedas.
Ainda integram Furacão da Vanera Cavalo (guitarra), Mario Bittencourt (baixo), Vini Alves (bateria), Guilherme Zardo (teclado) e PJ (gaita).
– Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.
– Para falar com a banda, ligue para 9805-78056
Pitaco de Quem Entende
Lucas Nunez, vocalista da Bandavanera, analisa o som de Furacão da Vanera:
– Tive o prazer de ver a banda começar e noto que atingiram um grande público muito rápido. Um detalhe que acho importante ressaltar é que eles valorizam o maxixe, que cresce em todo o país. O importante é que não percam o foco e a humildade, que não esqueçam de suas raízes.