Chris Cornell, uma das vozes mais distintas do rock, morreu na noite desta quarta-feira. O cantor havia acabado de se apresentar com seu grupo, o Soundgarden, na cidade de Detroit. Tinha 52 anos. Segundo a polícia de Detroit, o músico cometeu suicídio se enforcando.
Nascido Christopher John Boyle no dia 20 de julho de 1964 em Seattle, Cornell surgiu na cena do rock alternativo americano em meados dos anos 1980. Em 1984, juntou os amigos Kim Thayil e Hiro Yamamoto para formar o Soundgarden, que viria a se tornar uma das peças fundamentais do que ficaria conhecido como o som de Seattle – ou grunge. Seu primeiro grande sucesso comercial, no entanto, só viria em 1994 com o quarto disco, Superunknown, que continha o single Black Hole Sun.
Antes, porém, Chris participou do tributo Temple of the Dog, em 1990, banda reunida em homenagem ao vocalista Andrew Wood, do grupo Mother Love Bone. O combo juntava membros da banda de Wood (Jeff Ament e Stone Gossard) mais o baterista do Soundgarden Matt Cameron, o guitarrista Mike McCready e o então desconhecido cantor Eddie Vedder. Dissolvido, o Temple of the Dog acabaria sendo a base do Pearl Jam, que um ano depois lançaria o icônico Ten e se tornaria outra pedra fundadora do grunge.
Chris permaneceu no Soundgarden até 1997, quando partiu em carreira solo. Em 1999 lançou seu primeiro disco autoral, Euphoria Morning, que apesar das boas críticas, vendeu pouco e só emplacou um sucesso: a canção Mission, incluída no filme Missão: Impossível 2 (2000). O cantor continuaria lançando discos com seu próprio nome ao longo dos anos, sempre com pouca repercussão.
Bem melhor ele se deu quando integrou supergrupos, como o Audioslave, que formou em 2001 com Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk. O vocal potente e versátil de Chris casou perfeitamente com o instrumental selvagem dos ex-membros do Rage Against the Machine. Seus três discos lançados alcançaram boa posição nas paradas de sucesso e levaram o grupo a lugares onde poucos grupos pisam – como em Cuba, onde o Audioslave foi o primeiro de rock americano a tocar depois do embargo. O show virou um DVD, lançado em 2005.
Com o fim do Audioslave, em 2007, Chris retomou sua carreira solo e a posição de frontman no Soundgarden, com quem lançaria mais um disco, King Animal (2012). Nos últimos anos, se dividia entre os dois trabalhos, com os quais veio ao Brasil entre 2011 e 2016. Em Porto Alegre, o artista tocou em formato voz e violão em 2013, no Teatro do Bourbon Country.