Morto nesta sexta-feira, aos 70 anos, o sambista Almir Guineto lutava nos últimos 15 meses, contra problemas renais crônicos, o que o impossibilitou de assumir compromissos em shows e apresentações. Em junho de 2016, o músico, um dos nomes mais importantes do samba no país, se afastou dos palcos.
Nascido no Morro do Salgueiro, no Rio de Janeiro, Almir teve contato com o samba desde a infância. Na década de 1970, já era mestre de bateria da Salgueiro, fazia parte do grupo de compositores que frequentavam o bloco Cacique de Ramos e inovou ao introduzir o banjo adaptado com um braço de cavaquinho. O instrumento foi adotado por vários grupos de samba - ele ensinou nomes como Arlindo Cruz, por exemplo, a tocar banjo.
Com o amigo Mussum, integrou o grupo Originais do Samba, no fim dos anos 1960 - o grupo tinha entre seus fundadores um dos irmãos de Almir, Francisco. No fim dos anos 1970, ele ajudou a fundar o Fundo de Quintal, junto com os sambistas Bira, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha e Ubirany. Um dos maiores representantes do samba de raiz, o carioca deixou importantes sucessos como Insensato Destino, Mordomia, Mel na Boca, Caxambu, Saco Cheio e Lama nas Ruas.
Outras canções de Almir foram Coisinha do Pai, consagrada na voz de Beth Carvalho e Pedi ao Céu, gravada por Jorge Aragão. Em 2012, lançou seu último disco de estúdio, quebrando um hiato de 11 anos, com o CD Cartão de Visita, que homenageava o Rio de Janeiro, com músicas inéditas.
A morte do sambista deixou pegou o mundo do samba de surpresa, e entristeceu amigos. Alcione, que gravou sucessos do ídolo, lamentou a perda.
– Gravei tantas coisas bonitas de Almir Guineto que deram força à minha carreira, sempre foi um compositor com um certo diferencial melódico e querido. O samba está de luto. Descanse em paz, Almir – lamentou a Marrom, em seu Facebook.
Almir deixa a mulher, Regina Caetano, e três filhos, Almirzinho Serra - que já foi vocalista do Revelação - Walmir Serra e Hugo Serra e 4 netos.
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