Existe um problema básico quando um livro se torna um filme e esse filme se transforma num marco definidor de uma década e um obelisco pop incontornável na paisagem do cinema: por mais fiel que esse filme possa ter sido, ele passa a ser encarado como um substituto para o material original, mesmo que tenha deixado de fora alguns elementos importantes. Foi um pouco o que aconteceu com Trainspotting, o filme imensamente popular que Danny Boyle fez baseado no livro homônimo de Irvine Welsh. A estrutura fragmentada estava lá, o vórtice hedonista de quem só consegue planejar o futuro em termos da próxima dose também, bem como o peso de algumas consequências trágicas que seguem a espiral de vício e tentativas de recuperação dos moradores do Leith, na zona portuária de Edimburgo.
Cinema e literatura
Carlos André Moreira: "'Trainspotting e o tempo como algoz"
O que o escritor Irvine Welsh diz sobre "T2", continuação do bem-sucedido filme dos anos 1990
Carlos André Moreira
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