O Brasil acompanha neste domingo, com o coração na mão e o lencinho a postos para enxugar as lágrimas, o começo da fase de shows ao vivo de uma atração que apaixonou o país: o The Voice Kids (RBS TV, 13h). Entre os 24 jovens talentos que passaram para esta etapa, a torcida do Rio Grande do Sul vai para três representantes: Luis Arthur Seidel, 12 anos, Maria Alice Rosa da Silva, 11, e Thomas Machado, nove, que seguem no páreo.
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Mas, se você pensa que o trio caiu de paraquedas no programa, vai se surpreender com esses pequenos que viram gigantes no palco. Mesmo com a pouca idade, trazem na bagagem anos de dedicação, ensaios, aulas de música e participações em dezenas de festivais. Talento, eles têm de sobra, mas é hora de testar sua popularidade. Nesta fase, além dos técnicos, o público tem participação ativa na votação.
"A música veio comigo"
Aos 12 anos, Luis Arthur Seidel, de Guaíba, mostra naturalidade de veterano nas performances do programa. Pudera. Dos pais, a pedagoga Katiuschia Seidel, 38 anos e o engenheiro florestal Luis Henrique Souza, 38, ele ganhou o primeiro violão aos quatro anos. Por incrível que pareça, todo esse talento e vocação para a música nasceram naturalmente, pois os pais não são do meio musical.
– A música veio comigo. Quando eu era menor, a mãe assistia programas de tevê e eu tentava cantar junto, batia em tudo que era coisa para acompanhar, batia nos potes (risos) – relembra Luis, que integra o time de Ivete Sangalo.
A vontade de entrar no meio musical levou Luis a estudar música. Há cerca de dois anos, faz aula com o professor Willian Varela, no Centro de Porto Alegre. Além de ser o mestre do gaúcho, Willian também dá aula para outro talento daqui que apareceu no Kids, Anna Lira.
– Desde que entrei lá, senti mais segurança, vi que estava com a pessoa certa. Ele me ajuda muito, como professor e pessoa – elogia o pupilo, falando do professor, que hoje tem cerca de 120 alunos.
Vencedor nato
Como boa parte dos cantores do Rio Grande do Sul, nosso talento já participou de concursos nativistas e venceu vários deles.
Um dos mais importantes foi a Tertúlia de Santa Maria, vencida por ele em 2016, na categoria juvenil.
– Eu comecei nos rodeios, era mais nativista. Mas, agora, tenho certeza que quero seguir na carreira pop – afirma.
Reconhecido em Guaíba como participante do programa, ele adota discurso de veterano ao comentar o momento que vive:
– É muito legal descobrir que inspiro as pessoas. Muitas crianças me dizem que querem seguir na música e me perguntam se dá certo.
No meio dessa vida de adulto, ele não esquece dos estudos - cursa a oitava série, na escola Martinho Lutero, em Guaíba:
– Estou conseguindo administrar tudo, colégio é muito importante
Termômetro pop
Facebook - luisarthurseideloficial, com mais de 12 mil curtidas. Antes do programa, tinha cerca de 2 mil.
Instagram - criado no início do reality, já tem mais de 10,5 mil.
Avaliação de gente grande
Vanessa, da dupla com Claus, um dos nomes fortes do pop local, avalia o trabalho de Luis Arthur.
Pontos fortes
– Além de talentoso, ele é lindo, está pronto, tem postura. Tu vê que ele respira aquilo, que a arte é a vida dele. Ele se preocupa com apresentação, de como aquilo vai ser executado, tem todo um amor envolvido.
O que pode melhorar
– Não chega a ser ponto fraco, mas ele ainda tem pouca experiência. Quanto mais for pros palcos, mais vai melhorar.
Guria veterana em festivais
Natural de Santana do Livramento, Maria Alice Rosa da Silva, que completa 12 anos neste domingo, 12, pode ser considerada uma veterana de festivais nativistas. A guria, que traz o típico sotaque da fronteira, participou de mais de 60 eventos do tipo e faturou mais de 65 troféus.
– Comecei a cantar com quatro anos e, com cinco, já estava participando de festivais nativistas – revela Maria, do time de Victor & Leo.
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Entre os concursos que Maria já venceu estão os tradicionais Coxilha Piá, de Cruz Alta e Tertulinha da Canção, de Santa Maria. No de Cruz Alta, aliás, ela foi tricampeã, em 2016.
Para a guria da Fronteira, a música vem de casa.
Desde pequena, acompanha os pais, Fernando Sampaio, 37 anos e Lisyara Layse Giribone, 27, que formam uma dupla e tocam em restaurantes e bares da cidade, no estilo voz e violão.
– Eu sempre cantei com eles. Mesmo com a participação no The Voice Kids, quero seguir com meus pais – revela Maria Alice, que ganhou o primeiro violão aos quatros anos.
– Ele está sem corda, hoje (risos). Mas ainda tenho – completa.
Torcida em peso
Maria Alice, que já deu as caras em um especial de Dia das Crianças, do Galpão Crioulo, da RBS TV, em 2014, conta que a cidade torce pelo seu sucesso no programa:
– Eu faço aula de inglês. Esses dias, acho que não sabiam que era eu. Quando descobriram, vieram dar parabéns e dizer que assistem ao programa sempre, e que votarão em mim.
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Quando comenta sobre o colégio, demonstra atitude de adulto:
– Está sendo muito tranquilo. Tirei de letra, principalmente matemática, que achei que seria difícil.
Termômetro pop
Facebook - antes do programa, tinha cerca de 100 curtidas. Hoje, tem 4,4 mil.
Instagram - antes do programa, tinha 300 seguidores. Hoje, tem cerca de 4 mil.
Avaliação de gente grande
Joca Martins, destaque da nova geração de músicos gaúchos, compositor e cantor premiado em festivais pelo Rio Grande afora, dá sua opinião sobre Maria Alice:
Pontos fortes
– A Maria Alice tem muita desenvoltura e versatilidade, isso ajuda muito na música. E claro, tem muito talento!
O que pode melhorar
– O que eu daria como conselho a ela, e que é natural a todos os cantores jovens, é que ela comece a colocar a "marca Maria Alice", nas suas canções. Sei que é normal que os mais jovens peguem trejeitos de seus ídolos. Mas, se ela fizer isso, certamente vai fazer com que, futuramente, as pessoas se inspirem nela.
Desde piá
Um dos mais participantes mais queridos pelos telespectadores, o pequeno gaiteiro Thomas Machado, nove anos, de Estância Velha, viu sua vida mudar depois da entrada no programa. E não se faz de rogado ao afirma que é popular em sua cidade.
– Aqui, todo mundo me conhece. Vem me dizer: "tu é o gauchinho aquele, da boina? Muito bonita a tua apresentação" – revela Thomas, do time de Ivete.
Na quinta-feira, 9, Thomas fez um pequeno show em Sapiranga. Ele conta que foi surpreendido por pequenos fãs, que se ajoelhavam na frente do palco para vê-lo.
– Tudo bem, eu sei que não posso falar muito, também sou pequeno (risos). Mas eles tinham quatro, cinco anos, eram pequenos e estavam ali. Tinha até um bebê que me viu tocar e queria mexer na minha orelha – diverte-se.
Primeira gaita aos três anos
A história do pequeno Thomas na música vem desde berço, praticamente. O pai, Ari Machado da Silva, que trabalha como modelista de calçados, 46 anos, sempre tocou violão, e chegou a integrar a banda de baile Alma Jovem. Já a mãe, Elisete da Silva, 43, trabalha como costureira.
– O primeiro instrumento que toquei foi o fulget (espécie de flauta doce). Eu era bem pequeno, tinha uns três, quatro anos. Nessa mesma época, ganhei minha primeira gaita – conta.
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Anos mais tarde, em 2013, fundou a dupla Irmãos Machado, com o irmão, Eduardo, 16 anos, tendo o pai como fiel acompanhante, no violão. Thomas, aos poucos, começou a virar habitual frequentador de festivais nativistas.
Em 2013, foi vencedor do Ronco do Bugiozinho, versão mirim do Ronco do Bugio, em São Francisco de Paula.
Termômetro pop
Facebook - Antes do reality, tinha cerca de 8 mil curtidas. Agora, tem mais de 45 mil.
Instagram - Criado no começo do Kids, tem mais de 7 mil seguidores.
Avaliação de gente grande
Ernesto Fagundes, um dos nomes mais importantes da música gaúcha, integrante do grupo Os Fagundes, e especialista em um típico instrumento da música latino-americana, o bombo leguero, fala sobre Thomas.
Pontos fortes
– Acho que o grande diferencial, que pode levá-lo adiante, é tocar acordeão.
O que pode melhorar
– Quero falar bem dele, gostei demais do menino. Mas, como dica, sempre, é estudar o instrumento, junto com o estudo do canto.
Shows ao vivo
– Serão dois programas nesta fase, neste domingo e no próximo, dia 19.
– São 24 artistas, no total.
– Cada time de oito cantores (de Ivete, Brown e Leo) será dividido em dois grupos de quatro, cada.
– Neste domingo, se apresentam os 12 primeiros. Desses, seguem seis para a próxima fase (duas vozes do time de Ivete, duas de Brown e duas de Leo).
– Em cada time, o público salva uma voz (votando pelo gshow.com/thevoicekids, telefone e sms, cujo número é divulgado durante o programa), o técnico salva uma e duas crianças deixam a disputa.
– No próximo domingo, o sistema é o mesmo e outros seis se classificam.
– No total, doze pequenos talentos passam para a próxima fase.
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