Mantido em um prédio construído em 1922, o Museu da Comunicação Social Hipólito José da Costa segue com complicações estruturais. Em junho de 2016, a reportagem de Zero Hora visitou o local – que contém jornais, revistas, filmes, áudios, fotos e peças publicitárias que resguardam a memória cultural e histórica do RS – e constatou problemas elétricos e de infiltração que põe em risco o seu acervo.
– Mantém-se a mesma situação. Estamos fazendo todas as salvaguardas para garantir a preservação do acervo, que é uma das tarefas fundamentais do nosso trabalho – destaca André Kryszczun, secretário adjunto da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, que está atendendo pelas demandas do museu.
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Com dificuldades estruturais que põem em risco a segurança do público, o museu só poder ser visitado para pesquisa mediante agendamento.
– Não vai ser aberto ao público porque não tem condições de receber, só com agendamento porque demanda um movimento menor de pessoal – ressalta o secretário.
Segundo André, outro problema do prédio é sua falta de adaptação para acessibilidade:
– A exemplo dos prédios antigos em geral, não tem a previsão de acessibilidade. Então tu não podes abrir um equipamento sem disponibilizar pra sociedade o acesso para as pessoas que têm dificuldade de locomoção.
No momento, ainda não há um catálogo atualizado do acervo – a lista mais recente tem mais de 10 anos. Uma equipe trabalha, conferindo peça a peça, para criar um inventário do museu desde junho de 2015.
– Como o acervo é gigantesco, o pessoal ainda está trabalhando nesse inventário – justifica o secretário.
O Hipólito José da Costa está incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas para ser completamente restaurado. O processo teve início em 2013 e se arrasta desde então. Foi contratada uma empresa só para realizar o projeto, dividido em quatro partes: identificação e conhecimento do bem, anteprojeto, projeto básico e projeto executivo. De acordo com André, o trabalho recém chegou na segunda etapa.
– No projeto serão atendidas todas as demandas estruturais do museu, um restauro completo do prédio – garante.
Como alento, o museu foi contemplado com patrocínio da Caixa para restaurar equipamento cinematográficos.
– São R$ 300 mil para restauro e exposição de equipamentos cinematográficos antigos do acervo. Essas exposições seriam em um local que existam condições de acessibilidade que viabilizem a presença do cidadão – aponta o secretario.
Conforme André, o Museu da Comunicação irá manter seu acervo à disposição da sociedade:
– Nós estamos viabilizando que o acervo possa ser acessado pela comunidade através das mostras que estamos programando em outros espaços. Nós já estamos emprestando peças para exposições.
Como agendar visita
A pesquisa nos acervos de imprensa, fotografia, cinema e publicidade funciona de terça a quarta, das 14h às 18h, mediante agendamento prévio por e-mail:
Imprensa: hipolito-imprensa@sedac.rs.gov.br
Fotografia: hipolito-fotografia@sedac.rs.gov.br
Publicidade: hipolito-publicidade@sedac.rs.gov.br
Cinema: hipolito-cinema@sedac.rs.gov.br
Há o limite de quatro consulentes na sala de pesquisa.
Imagens internas do museu registradas em junho de 2016: