"Cidade das estrelas... está brilhando apenas para mim?", Esta é a canção que Ryan Gosling dedica a Los Angeles no aclamado musical La La Land: Cantando Estações, que arrasou no domingo conquistando sete prêmios em todas as categorias às quais foi indicado no Globo de Ouro (veja lista completa de vencedores abaixo). O tributo de Damien Chazelle à era de ouro dos musicais dos Estados Unidos levou prêmios para seus protagonistas, Gosling e Emma Stone, direção, roteiro, canção original, trilha sonora e melhor comédia-musical.
Até domingo, o recorde de mais Globos de Ouro era compartilhado pelos filmes Um Estranho no Ninho (1975) e O Expresso da Meia-Noite (1978), que ganharam seis prêmios.
– Demorou seis anos para fazer este filme, tudo isso parece tão surreal, foi um sonho que se tornou realidade literalmente no primeiro dia de filmagens – expressou em uma coletiva de imprensa posterior à premiação Chazelle, que fechou uma estrada de Los Angeles para gravar a espetacular primeira cena.
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É um romance em um cenário muito comum, o de uma Hollywood cruel, que rejeita uma atriz em centenas de audições, mas onde no fim ela encontra o amor em um músico de jazz.
– A qualquer pessoa criativa que tenha tido uma porta fechada na cara, metaforicamente ou fisicamente, ou aos atores que tiveram audições canceladas ou esperam por uma ligação de volta que nunca chega, ou a qualquer um que se sente vencido, mas encontra forças para seguir adiante, compartilho isso com vocês – disse Stone ao receber o prêmio.
Já Moonlight, que conta a tragédia de um narcotraficante homossexual preso no armário de sua realidade, foi premiado como melhor drama, enquanto Casey Affleck ganhou como melhor ator por Manchester à Beira-Mar.
Acento político
A Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood (HFPA) homenageou a atriz veterana Meryl Streep, que foi indicada em 30 oportunidades a este prêmio, famoso também por ter muito champanhe durante toda a noite.
Mas, fazendo um parênteses a esta festa, Street deu o tom político à noite, a apenas alguns dias da posse de Donald Trump, nada querido pela indústria cinematográfica, como novo presidente dos Estados Unidos.
– Vocês e todos nós nesta sala pertencemos, realmente, aos segmentos mais vilipendiados da sociedade americana neste momento. Pensem: Hollywood, estrangeiros e a imprensa, está repleta de forasteiros e estrangeiros. Se você expulsar todos, não terá mais nada para assistir, com exceção de futebol e artes marciais mistas, que não são arte – lançou Streep sob aplausos.
A atriz atacou Trump e suas piadas contra o jornalista com deficiência Serge Kovaleski:
– Fiquei com o coração partido quando vi", expressou.
Noite de Huppert
O britânico Aaron Taylor-Johnson foi premiado como melhor ator coadjuvante por seu papel em Animais Noturnos e Viola Davis pelo drama familiar Fences. A francesa Isabelle Huppert levou o prêmio de melhor atriz dramática por seu papel em Elle, que somou, no total, dois prêmios.
– Obrigada por me fazerem ganhar com um filme francês dirigido aqui na América – expressou ela.
Era um prêmio que todos acreditavam que iria para Natalie Portman, por sua personificação da ex-primeira-dama dos Estados Unidos Jackeline Kennedy no filme biográfico Jackie, dirigido pelo chileno Pablo Larraín.
O filme de Paul Verhoeven, que conta a história de uma mulher que foi estuprada em sua casa e tenta encontrar o agressor, também se impôs como melhor filme em língua não inglesa.
– Estou um pouco impressionado porque é um filme que não te convida a gostar do personagem, que vai em direções que vocês, na melhor das hipóteses, não tomariam – expressou Verhoeven.
O mexicano Gael García Bernal também conseguiu revalidar seu prêmio como melhor ator de comédia por Mozart in the Jungle, que ganhou no ano passado.
Já a histórica criminal American Crime Story: The People v. O.J. Simpson levou dois dos cinco prêmios nos quais foi indicada, incluindo melhor série dramática e Sarah Paulson como melhor atriz. Tom Hiddleston, Hugh Laruie e Olivia Colman ganharam por seus papeis em The Night Manager, a série sobre o inescrupuloso traficante internacional de armas.
A comédia Atlanta levou duas estatuetas, incluindo melhor comédia para televisão, e The Crown, sobre a chegada ao trono de Elizabeth II da Inglaterra, ganhou como melhor série dramática para televisão e sua protagonista, Caire Foy, como melhor atriz.
– Suponho que (o sucesso) é porque todos estão obcecados com a monarquia – brincou John Lithgow, que interpreta o ex-primeiro-ministro Winston Churchill.
Confira os vencedores das principais categorias da 74ª edição do Globo de Ouro 2017, entregue em Beverly Hills:
CINEMA
Melhor filme de drama
Moonlight: sob a luz do luar
Melhor filme de comédia ou musical
La La Land: Cantando Estações
Melhor ator de drama
Casey Affleck, Manchester à Beira Mar
Melhor atriz de drama
Isabelle Huppert, Elle
Melhor ator de comédia ou musical
Ryan Gosling, La La Land: Cantando Estações
Melhor atriz de comédia ou musical
Emma Stone, La La Land: Cantando Estações
Melhor ator coadjuvante
Aaron Taylor-Johnson, Animais Noturnos
Melhor atriz coadjuvante
Viola Davis, Fences
Melhor diretor
Damien Chazelle, La La Land: Cantando Estações
Melhor roteiro
Damien Chazelle, La La Land: Cantando Estações
Melhor filme estrangeiro
Elle (França)
Melhor animação
Zootopia
Melhor trilha sonora
Just Hurwitz, La la Land: Cantando Estações
Melhor canção original
City of Stars, de La la Land: Cantando Estações
TELEVISÃO
Melhor série de drama
The Crown (Netflix)
Melhor ator em série dramática
Billy Bob Thornton, Goliath
Melhor atriz em série dramática
Claire Foy, The Crown
Melhor ator coadjuvante
Hugh Laurie, The Night Manager
Melhor atriz coadjuvante
Olivia Colman, The Night Manager
Melhor série de comédia ou musical
Atlanta (FX)
Melhor ator em série de comédia ou musical
Donald Glover, Atlanta
Melhor atriz em série de comédia ou musical
Tracee Ellis Ross, Black-ish
Melhor minissérie ou filme para TV
The People vs O.J. Simpson: American Crime Story (FX)
Melhor ator minissérie ou filme para a TV
Tom Hiddleston, The Night Manager
Melhor atriz em minissérie ou filme para a TV
Sarah Paulson, The People vs O.J. Simpson: American Crime Story