10 SÉRIES
Hannibal
A série (exibida no Brasil pelo AXN) voltou para sua terceira temporada mais dark do que nunca, com a maravilhosa direção de arte e os densos e tensos diálogos de sempre. Pena que pouca gente assistiu, e o seriado foi cancelado. Houve uma campanha dos fãs e da imprensa especializada para a produção migrar a algum serviço de streaming, mas restam parcas esperanças de que isso ocorra.
Jane the Virgin
Além de engraçada, a história de uma virgem que ficou grávida após ser inseminada por engano consegue abordar, com sutileza, temas importantes como imigração e aborto (aqui, exibida pelo Lifetime). O elenco latino inspirado é outro destaque, especialmente a protagonista Gina Rodriguez e Jaime Camil, que interpreta seu pai.
Narcos
O estilo documental imposto pelo brasileiro José Padilha é um dos acertos da série da Netflix que conta a história do narcotráfico na Colômbia. A atuação contundente de Wagner Moura como Pablo Escobar também ajudou a produção a ser um sucesso mundial indicado ao Globo de Ouro de melhor drama e ator dramático (Moura).
Making a Murderer
A série documental da Netflix impressiona ao relatar a história de Steven Avery, americano que, depois de 18 anos preso injustamente, vê-se acusado por um crime ainda mais grave pelas mesmas pessoas que o prenderam da primeira vez. Um diferencial é que a dupla de realizadoras acompanhou o caso em tempo real por 10 anos, dispondo de um farto material que mostra as inconsistências de ambas as acusações.
The Americans
Presente em qualquer ranking que se preze, este thriller ambientado na Guerra Fria é considerado por muitos críticos o melhor drama da TV na atualidade. A trama do canal FX acompanha as perigosas missões de um casal de espiões soviéticos, interpretados por Keri Russell e Matthew Rhys, que vivem nos EUA acima de qualquer suspeita.
Better Call Saul
O spin-off de Breaking Bad já começou, em fevereiro (no Brasil, pela Netflix), com a grande responsabilidade de fazer jus à série da qual se originou, uma das mais celebradas da história. E não decepcionou, para a alegria dos fãs, com uma trama que mostra como o advogado de porta de cadeia Jimmy McGill se tornou o trambiqueiro Saul Goodman (com atuação impecável de Bob Odenkirk).
Fargo
Diferentemente de True Detective (HBO), a segunda temporada de Fargo agradou depois de seu elogiado primeiro ano (no Brasil, ainda não estreou). A história do novo ciclo, estrelada por Kirsten Dunst, Patrick Wilson e Jesse Plemons, manteve o que o filme homônimo tem de melhor: o humor negro ao narrar as consequências inesperadas de um acontecimento aparentemente banal.
Veep
A quarta temporada pode não ter sido a melhor, mas foi suficiente para consolidar esta série da HBO, que faz graça com a política, como a comédia número 1 da TV hoje – merecidamente, desbancando a até então imbatível Modern Family no Emmy. A performance de Julia Louis-Dreyfus como a vice-presidente Selina Meyer é um show à parte.
Transparent
Depois de vencer dois Globos de Ouro e cinco Emmys em 2015, esta comédia da Amazon voltou para sua segunda temporada em novembro. Se a primeira focou na transição da trans Maura Pfefferman (Jeffrey Tambor), o novo ciclo acompanha os dilemas de identidade de sua disfuncional família.
Grace and Frankie
A maioria dos críticos considera Master of None e Unbreakable Kimmy Schmidt as melhores comédias originais da Netflix, mas Grace and Frankie merece reconhecimento por abordar um assunto não explorado em séries geralmente: a vida pós-70 anos, com divórcio, amizade, homossexualidade, sexo e tudo o que se tem direito. E melhor: com uma dupla de protagonistas fenomenal, vivida por Jane Fonda e Lily Tomlin.
iZombie
Se você gosta de seriados procedimentais, aqueles que abordam um caso diferente por episódio, pode achar um novo favorito nesta série (ainda inédita no Brasil) com enredo bizarro, mas que funciona muito bem. A trama acompanha uma médica legista zumbi que, ao comer o cérebro de pessoas assassinadas, tem visões que ajudam a polícia a solucionar os crimes.
10 FATOS
Revisitando clássicos
O ano foi marcado pelo anúncio da continuação de séries há tempo encerradas. Os destaques ficam para as novas temporadas deArquivo X (estreia em janeiro), Fuller House (sequência de Três É Demais), Twin Peaks (prevista para 2017) e Gilmore Girls (ainda sem data de estreia).
Fim de uma era
Depois de 15 anos no ar, CSI chegou ao fim com um episódio especial em setembro. A série, que deu origem a três spin-offs (hoje, só resta o fraco CSI: Cyber), teve grande influência tanto na forma de fazer TV quanto em julgamentos reais.
Minorias sem estereótipo
Inúmeras séries passaram a representar minorias – antes limitadas a papéis secundários e superficiais – sem estereotipá-las. É o caso de Black-ish e Empire (negros), Fresh Off the Boat (asiáticos), Jane the Virgin (latinos) e Master of None (indianos).
A vez dos quadrinhos lado B
Se o cinema já esgotou as opções de heróis da elite dos quadrinhos, a Netflix decidiu investir em personagens menos conhecidos para suas novas séries. E deu muito certo: tanto Demolidor quanto Jessica Jones, da Marvel, conquistaram crítica e público.
O adeus a "Mad Men"
Jon Hamm deu vida ao egocêntrico publicitário Don Draper pela última vez neste ano. As sete temporadas de Mad Men ajudaram a moldar a TV em sua chamada "era de ouro", com um elenco afinado e uma reconstituição de época precisa.
A queda de "True Detective"
A série de Nic Pizzolatto foi do céu ao inferno em um ano. Enquanto a primeira temporada do drama policial foi celebrada como uma das melhores produções da história, a segunda representou uma grande decepção.
Mais produções brasileiras
Muito por causa da Lei da TV Paga – que exige dos canais três horas e 30 minutos semanais do horário nobre para produções nacionais –, 2015 teve a estreia de novas séries brasileiras. Entre os destaques, estãoMagnífica 70 (HBO), Santo Forte (AXN),Zé do Caixão (Space) e O Grande Gonzalez (Fox).
Alta temporada fraca
Período em que as emissoras exibem suas grandes apostas, a fall season deste ano não teve nenhum sucesso significativo entre as séries novas. A pergunta que fica é: estaria a "era de ouro" da TV chegando ao fim, com um esgotamento criativo? É cedo para dizer.
Ascensão dos serviços de streaming
Investindo cada vez mais em produções próprias, serviços de streaming como Netflix, Amazon Prime e Hulu nunca estiveram tão presentes em premiações. No Globo de Ouro, por exemplo, a Netflix foi a campeã de indicações, superando a antes soberana HBO.
Despedida melancólica
Uma das comédias de maior sucesso das últimas décadas, Two and a Half Men foi encerrada em fevereiro, na 12ª temporada. A série vinha se arrastando desde que o protagonista, Charlie Sheen, deixou a produção após brigar com os produtores.