10 LIVROS
Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva
O autor voltou a escrever um livro de memórias, desta vez sobre sua mãe, Eunice. Depois de ser presa pelo regime militar, ela partiu em busca do marido desaparecido, o deputado Rubens Paiva.
A Amiga Genial, de Elena Ferrante
Primeiro dos quatro volumes da série Napolitana, traduzida para 25 idiomas. Com uma prosa confessional e em primeira pessoa, a autora italiana recupera seis décadas de história ao lado de uma amiga que desaparece repentinamente.
Brasil: Uma Biografia, de Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling
Com texto acessível e agradável, a antropóloga Lilia M. Schwarcz e a historiadora Heloisa M. Starling observam nesta obra os avanços e os retrocessos sociais brasileiros.
A Noite do Meu Bem, de Ruy Castro
O experiente biógrafo e profundo pesquisador da música brasileira (foto abaixo) se dedicou a investigar a história do samba-canção. O livro também levanta o contexto político-social que possibilitou a ascensão do gênero.
Estação Atocha, de Ben Lerner
Romance de estreia do poeta norte-americano Ben Lerner. Narrado em primeira pessoa, com um protagonista hipocondríaco e sarcástico consigo mesmo, o livro descreve uma temporada de um bolsista americano em Madri, na Espanha.
A Ilha da Infância, de Karl Ove Knausgård
O terceiro volume da série autobiográfica Minha Luta recupera momentos da infância do norueguês (foto abaixo). Com texto detalhadamente descritivo, o escritor remete os leitores a sensações intensas e descobertas como o amor, a leitura e a música.
Assim Começa o Mal, de Javier Marías
Autor de O Homem Sentimental (2004) e Os Enamoramentos (2012), o celebrado autor espanhol Javier Marías voltou às livrarias com um livro que mescla uma história íntima com o passado de seu país.
Submissão, de Michel Houellebecq
Na França de 2022, as eleições são vencidas pelo candidato de um partido muçulmano. É esse o contexto criado pelo escritor para seu protagonista, o culto e apático François. Mais do que uma crítica ao Islã, o romance é um perfil ácido da cansada civilização ocidental.
As Rãs, de Mo Yan
O nobel de Literatura de 2012 narra a história de um aspirante a escritor que pretende contar a vida da tia, uma parteira. Ela se mantém leal à "política do filho único" do estado comunista, mesmo que, para isso, precise praticar abortos.
O Pai Morto, de Donald Barthelme
Publicada em 1975, a obra-prima do autor americano morto em 1989 foi finalmente lançada no país. No romance, os filhos carregam o "pai morto" do título em um caixão, enquanto ele não está convencido do fim de sua existência.
10 FATOS
Badalados internacionais
O ano teve outros lançamentos de escritores consagrados. Entre eles, Número Zero, do italiano Umberto Eco, e Vá, Coloque um Vigia, no qual a americana Harper Lee apresenta uma versão diferente dos personagens de O Sol É para Todos (1960).
Prêmios lá fora
Foi um ano de prêmios internacionais para os gaúchos. Em abril, Michel Laub recebeu o britânico JQ Wingate por Diário da Queda. Em dezembro, Marcelo Backes levou o Prêmio Nacional da Áustria de Tradução pelo conjunto de seu trabalho.
Best-sellers Da temporada
A série Cinquenta Tons de Cinza, que aqueceu o mercado em 2012, voltou à lista de mais vendidos com Grey. Entre os fenômenos brasileiros de venda, estão publicações de vlogueiros, como Kéfera Buchmann (foto abaixo), com Muito Mais que 5inco Minutos.
Eventos em dificuldades
O cenário econômico não favoreceu eventos literários. Sem verba, a Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo teve sua 16ª edição cancelada. A Feira do Livro de Porto Alegre também registrou queda significativa de orçamento.
Biografias em alta
Além da aprovação das biografias não autorizadas, pelo STF, 2015 teve bons títulos do gênero no RS: Esse Tal de Borghettinho (Márcio Pinheiro); Julio Reny: Histórias de Amor & Morte (Cristiano Bastos); e Elis: Uma Biografia Musical (Arthur de Faria).
Um ano de perdas
Em 2015, a literatura gaúcha perdeu Carlos Urbim (foto abaixo), aos 67 anos, Hermes Bernardi Jr., aos 50, Antonio Carlos Resende, aos 85, e Sergio Napp, aos 75. Também causaram comoção as mortes de Eduardo Galeano, aos 74, e Günter Grass, aos 87.
Mercado concentrado
O mercado editorial ficou ainda mais concentrado em 2015, com fusão das editoras Objetiva e Companhia das Letras. O recente anúncio do encerramento das atividades da Cosac Naify causou comoção na comunidade literária.
Assis, 70
Além de completar 70 anos de vida, o escritor e professor Luiz Antonio de Assis Brasil celebrou 30 anos de oficina literária na PUCRS, onde ajudou a formar escritores como Cíntia Moscovich, Leticia Wierzchowski e Daniel Galera.
Memória de Mário de Andrade
Setenta anos depois de sua morte, Mário de Andrade foi o grande homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), teve reedições de seus livros e a revelação de uma carta na qual dá indícios de sua homossexualidade.
Reabertura da Biblioteca Pública
O histórico prédio da Rua Riachuelo, 1.190, na Capital, voltou a receber leitores depois de oito anos de reformas. Nesse período, a Biblioteca Pública do Estado havia deslocado seu atendimento para a Casa de Cultura Mario Quintana.