Caminhando pelas ruas da Cidade Baixa em certa noite de 2013, o flautista Franco Salvadoretti deparou, por acaso, com um trio de jovens e competentes músicos que tocavam em um boteco na Rua Lima e Silva. Impressionou-se com o que ouviu e julgou que tinha finalmente encontrado parceiros para voltar a tocar jazz - nos primeiros anos da década de 2000, o flautista havia participado do Sexteto Blazz, com boa repercussão na cena porto-alegrense. O encontro na noite marcou a gênese da banda Kula (antes, chamada Dziw Jazz), que lança o primeiro disco em show gratuito nesta quinta-feira (3/12), às 20h, no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana.
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Salvadoretti compôs cinco faixas, uma delas em parceria com Toneco da Costa. O saxofonista tenor Ronaldo Pereira assina a última do álbum. Completam a banda o baterista Martin Estevez (que também atua na Quarto Sensorial), o contrabaixista acústico Rodrigo Arnold e o pianista Giovanni Barbieri, que se juntou ao grupo depois da gravação (o pianista que tocou no disco saiu da banda e preferiu não ser creditado no encarte).
Exemplar da revigorada cena instrumental porto-alegrense, a Kula une as diferentes referências de seus músicos, entre as quais se sobressaem os clássicos do jazz, como explica Salvadoretti:
- Os que mais escutei foram John Coltrane, Miles Davis, Charlie Parker, Duke Ellington, Thelonious Monk. Por isso, as composições saíram dessa forma. Mas cada integrante contribui com sua própria linguagem.
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Vivendo exclusivamente de música, seja ministrando aulas, seja tocando em outros projetos, os virtuoses da Kula querem conquistar novas audiências sem abrir mão das apresentações em bares. Eles estão todas as terças-feiras no London Pub. Estevez garante:
- É no bar que se aprende a tocar jazz. Não é na sala de ensaio ou tocando sozinho, embora isso seja importante. Os maiores músicos de Nova York se apresentam no Carnegie Hall e, na mesma semana, tocam em um bar.
Por isso, as faixas que figuram no disco foram devidamente experimentadas, antes, na noite. Será que o resultado foi mais intuitivo ou reflete um projeto estético-musical?
- As duas coisas. Tentamos jogar as composições em uma ordem musical que fizesse sentido harmônico e estético - responde Pereira.
Para preservar o espírito do jazz, a gravação foi realizada ao vivo em estúdio, como relata Arnold:
- Nossa busca foi pela organicidade.
KULA
De Kula
Jazz, independente, 6 faixas, R$ 30. À venda pela página facebook.com/oficialkula. Em breve, nas plataformas digitais.
Show de lançamento nesta quinta-feira (3/12), às 20h, no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736), fone (51) 3221-7147, em Porto Alegre. Entrada franca.
Ouça a faixa-título do disco Kula:
Cena instrumental
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Banda se apresenta às 20h desta quinta-feira no Teatro Bruno Kiefer, com faixas autorais
Fábio Prikladnicki
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