O concerto que a principal orquestra do Estado apresentará nesta terça-feira não será como outros: desta vez, serão os alunos da Escola da Ospa que mostrarão suas habilidades ao público do Salão de Atos da UFRGS (Paulo Gama, 110), com entrada franca. Os integrantes da Ospa Jovem não apenas estarão no mesmo palco onde os músicos do quadro profissional costumam tocar, como executarão composições no formato original, ou seja, com o mesmo nível de dificuldade que os experientes enfrentam ao vivo.
Entre os destaques do programa, que começará às 20h30min, estará o Concerto para Dois Oboés em Ré Menor, de Vivaldi, em que a professora Viktoria Tatour e o aluno João Pedro Schwingel Carada formarão a dupla de solistas - a ideia também é apresentar ao público o oboé, instrumento menos conhecido do que outros presentes na orquestra.
A apresentação de encerramento do ano dos alunos celebra também os planos para o futuro próximo: em 2016, os concertos da orquestra jovem passarão a integrar o calendário oficial da Fundação Ospa. Não é pouca coisa para a antiga Ospinha (apelido hoje em desuso), que foi extinta quando a Escola foi desativada, em 2006, e teve os ensaios reiniciados apenas em 2014. O diretor artístico da Ospa, Evandro Matté, ele mesmo um egresso da Escola que depois passou no concurso para a formação principal, define o papel do conjunto jovem como "extremamente importante":
- Não só para a Ospa, mas também para toda a sociedade gaúcha. É um projeto que tem como principal objetivo formar músicos e difundir a música de concerto. Com certeza, serve como espaço de preparação para um futuro ingresso na sinfônica (a orquestra profissional).
Além da Ospa Jovem, a Fundação oferece aos alunos oportunidade de prática em outras formações, como a Camerata da Ospa Jovem, o Coral da Escola e os grupos que participam do projeto Escola da Ospa na Comunidade. Alguns professores também criam conjuntos de câmara com alunos de seus instrumentos. Diego Grendene de Souza, diretor da Escola, observa:
- Uma coisa é tocar na aula ou mesmo nos recitais promovidos pela Escola; outra é tocar em uma orquestra. É um aprendizado fascinante, que passa não apenas por tocar bem a sua parte, mas também por escutar o outro, compreender o papel daquilo que você está tocando dentro do todo da obra e, mesmo, pelo relacionamento com os colegas da orquestra.
Regente da Ospa Jovem, Arthur Barbosa explica a diferença entre conduzir alunos e profissionais:
- O regente tem que ser um pouco mais didático com o jovem e entender que ele ainda está em formação. Neste caso, há coisas que só se diz a uma orquestra jovem, já que se supõe que o músico profissional já sabe "tudo" de seu métier. Trabalhar com jovens é muito gratificante porque é uma troca.
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