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Se há uma certeza na programação de qualquer edição do Porto Alegre Em Cena é que o público poderá prestigiar um novo show de Adriana Calcanhotto. Outra certeza é a de que esse público se surpreenderá toda vez que ela subir ao palco. Mutante como os grandes da música brasileira, a exemplo de Caetano Veloso (a quem homenageou na canção Vamos Comer Caetano, em 1998), Adriana é um antídoto contra a mesmice.
VÍDEO: Assista a trecho de ensaio do show no blog de Roger Lerina
É o que poderá ser comprovado no show Musicapoesia, que ela apresentará ao lado do músico Cid Campos (filho do poeta e ensaísta Augusto de Campos) neste sábado (12/9), às 21h, no Auditório Araújo Vianna, a R$ 80 (desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante e acompanhante). Parceiros antigos, Adriana e Cid vão mostrar composições que unem canção e poesia, passando pelo concretismo de Décio Pignatari e dos irmãos Augusto e Haroldo de Campos e chegando a Antonio Cicero e Arnaldo Antunes. Durante a apresentação, o poeta Omar Salomão (filho do também poeta Waly Salomão) realizará intervenções plástica e cênica.
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Entrevista: Adriana Calcanhotto
O título Musicapoesia ecoa outro espetáculo, Poemúsica, que você mostrou no Em Cena de 2012, ao lado de Augusto e Cid Campos. Como surgiu e como se mantém essa afinidade com a poesia concreta e seus herdeiros?
É verdade, o Poemúsica veio antes, e é como chamamos o nosso encontro quando Augusto de Campos participa. Por tanta afinidade com o trabalho do Cid, acabamos por ter nosso próprio set list, que tem muitas das músicas que fazemos junto com o Augusto, mas que foi crescendo. Nós fizemos parcerias, e acabou ficando com uma cara diferente, principalmente a partir da entrada de Omar (Salomão), que não é tão ligado ao concretismo quanto eu e Cid, e este contrapeso enriqueceu o show.
Em 2013, você apresentou no festival o show Olhos de Onda, que combinou antigas e novas canções e resultou em CD e DVD. Como foi esse mergulho entre o passado e o presente, em que você reaprendeu a tocar faixas antigas?
Montei o repertório do Olhos de Onda a convite, para ser uma apresentação única em Lisboa. Estava retomando o violão depois de um tempo de pausa do instrumento e precisei reaprender as canções antigas, minhas ou não. No começo, senti uma preguiça de pensar na ideia, mas foi bom começar de novo. Eu já não era a mesma nem tocava mais do mesmo jeito, e as canções eram como inéditas. Foi muito mais prazeroso do que eu poderia esperar. Depois, comecei a fazer Portugal e Brasil e estou na estrada com o show até hoje. As pessoas querem assistir ao show, eu vou e tenho gostado de ir.
No final de 2014, você estreou uma série de entrevistas com poetas no programa Poesia em Movimento. É interessante notar que a poesia moderna brasileira sempre esteve próxima da canção, de Vinicius de Moraes a Arnaldo Antunes. Como você vê essa relação?
Desde a Grécia (Antiga), a poesia é veiculada pela música, e esta relação no Brasil é profunda, trata-se de um caso único no mundo. Fiz cinco programas entrevistando poetas para o canal Philos e adorei. Embora faça cerimônia em tomar o precioso tempo dos poetas, sempre é bom estar perto deles e ouvi-los. Foram todos muito generosos, estavam entregues e disseram coisas muito interessantes sobre seus poetas preferidos e suas próprias poéticas.
Hoje, os meios de divulgação da música estão mais pulverizados, do streaming às redes sociais, assim como a própria cena da música brasileira. Não parece mais haver um cânone definido de artistas, mas um caleidoscópio. Ao mesmo tempo, parece ter ficado mais difícil se sustentar como artista. Você vê com otimismo esse cenário?
Sim, é muito mais plural, através das redes sociais os artistas se conhecem e produzem coisas juntos, gravam juntos cada um em um país, acho riquíssimo. Me sinto privilegiada por ter vivido a transição.
Quais são os seus próximos projetos musicais?
Continuo com o Olhos de Onda na estrada. Em outubro, na Sala São Paulo, Partimpim (alter ego de Adriana voltado ao público infantil) fará, como convidada da Osesp, o concerto Pedro e o Lobo, de Prokofiev, que já esteve no Em Cena (em 2014). Enquanto isso, nas horas vagas, tenho escrito umas canções.
MUSICAPOESIA
Sábado (12/9), às 21h.
Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre (Osvaldo Aranha, 685).
Ingressos: R$ 80. Desconto de 50% para sócio do Clube do Assinante e acompanhante.
22º PORTO ALEGRE EM CENA
Até 21 de setembro em diferentes espaços da Capital.
Ponto de venda sem taxa: Usina do Gasômetro (João Goulart, 551), todos os dias, das 12h às 18h.
Pontos de venda com taxa: loja My Ticket Padre Chagas (Padre Chagas, 327), de segunda a sexta, 9h às 18h, sábado, das 10h às 15h), call center 4003-1212 (segunda a sexta, das 9h às 22h, sábados, domingos e feriados, das 12h às 18h), site ingressorapido.com.br.
Quando houver disponibilidade de ingressos no dia do espetáculo, os bilhetes também serão vendidos uma hora antes do início da apresentação diretamente no local.