Terminou Mad Men. Caiu a ficha, estimado leitor? Terminou. Finito. Over. Zu. Owatta.
Grandes séries precisam de um grande final e sabem disso. Mad Men teve o seu grande, enorme final, e com isto ficamos, para todo o sempre.
Uns, os bons, ou menos maus, pareceram curados dos seus males, em parte. Roger Sterling, Pete Campbell, Peggy, todos reconhecem que é hora de crescer, e crescem. Joan entende que precisa realizar o seu destino de ser uma mulher dona do próprio negócio, criado por ela e com nome na porta, e isto vale mais do que o milionário que a quer para si. Nossos sobreviventes estão encaminhados na vida, e por isso mesmo Mad Men pode parar.
Os incuráveis são incuráveis. Betty Draper, a fumante do seu tempo, cigarro na mão em todos os momentos, descobre o câncer que irá terminar com ela em alguns meses. Ela mesma segue com seu olhar incompreensível, grande criação da atriz January Jones.
Don Draper descobre o que é, e esta é o grande final de Mad Men. Don é Don, tão falso como ele mesmo. Na ironia de um paraíso hippie, um verdadeiro inferno para todos os de bom senso, ele encontra a sua verdade. Don não tem alma, e por isto não deve mais se preocupar com a sua. Don, finalmente, viu a luz, e nela encontra um comercial definitivo da Coca-Cola, e com ele Mad Men nos deixa.
O final de Mad Men não é o seu maior episódio. Este foi Waterloo, aquele da chegada à Lua. O final de Mad Men é o seu final, e nisto ele foi imbatível.
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Uma grande série muda a forma como compreendemos a nós mesmos como espectadores. Uma grande série é um bloco flutuante, nos ajudando a atravessar o grande rio. Grandes séries terminam para poder existir, e assistir aos seus finais é um dos prazeres e privilégios dessa vida.
Grandes séries terminam um dia, para a nossa tristeza, e sorte. Bola ao centro, e vamos em frente.
