Nunca tive inclinação para jardinagem. Mas, desde que minha mãe morreu, cuido de suas plantas e tento seguir seus métodos, inclusive um estranhíssimo, o de falar com elas como se tivessem vida e entendimento. Minhas atuais conversas com suas flores a deixariam horrorizada.
Se vejo que não vicejam como eu gostaria, com verve sanguinolenta ameaço decepá-las sem dó, afianço que vou deixá-las torrar sem água sob o sol inclemente, coisas do tipo. Mas não sou nenhuma Clarice Lispector. Não esqueço minhas obrigações. Certamente não irão morrer ou inspirar livro infantil nenhum.
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