A classe média tomou as ruas. Tem motivos para isso. Cansou de pagar impostos pelos serviços públicos que são educação, saúde, transporte e segurança - e de além deles, pagar a escola dos filhos, o plano de saúde, o carro e o segurança do condomínio ou da rua. É difícil definir "classe média", mas o essencial é que ela se diferencia dos pobres, porque tem o necessário à vida e também consegue saciar alguns sonhos de consumo. Daí que país rico seja "país sem pobreza", como diz um bordão de Dilma Rousseff: os países em que o povo adquiriu dignidade. O problema é que, aqui, a dignidade é negada pelo setor público. A classe média tem motivos para protestar.
Opinião
Renato Janine Ribeiro: a revolta da classe média
Professor titular de Ética e Filosofia na USP. Escreve quinzenalmente no caderno PrOA