Poucos minutos antes da estreia de Babilônia ainda se ouviam panelaços em alguns bairros de Porto Alegre, e nas redes sociais comentava-se o discurso da Dilma e o número de manifestantes na Paulista no dia anterior. Foi começar a novela e a pauta nacional deu uma guinada rumo não apenas a um assunto mais ameno, mas a um inédito intervalo de acordo nacional em tempos de humores azedos.
Saiba quem é quem na nova novela das oito da Globo
Babilônia tem mortes, traição e beijo gay já no primeiro capítulo
Não por acaso. A nova novela de Gilberto Braga chegou chegando, com um beijo gay e octogenário já nos primeiros minutos - Nathalia Timberg e Fernanda Montenegro, ótimas como as típicas grã-finas cariocas de Gilberto Braga, tratando de tirar a tensão do beija não beija do caminho logo de cara.
Mas o que promete segurar e eletrizar a audiência nos próximos capítulos é o embate entre Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana Esteves) como duas vilãs tinhosas e complementares. Nada menos que as duas grandes atrizes de TV dos últimos 30 anos com o melhor autor de novelas: um dream team de um gênero que muitos acreditam esgotado, mas que sempre descobre um jeito de se reinventar. Correndo por fora, Camila Pitanga, no papel da mocinha ingênua, corre o risco de ser apenas uma paisagem bonita, porque é com as maldades que o autor - e o público - se divertem mais.
As semelhanças com Vale Tudo, clássico de Gilberto Braga e da dramaturgia nacional, são evidentes, a começar pela promessa de retratar a crise moral do país e pelo elenco - não deixa de ser divertido assistir a uma versão madura de Maria de Fátima dando golpe do baú em uma versão madura do Afonso.
Gilberto Braga, como se vê, está investindo naquilo que já sabe que dá certo. Se depender desse primeiro capítulo, o país vai parar de discutir política todas as noites nos próximos meses. Pelo menos por alguns minutos.
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