Meus pais nunca jogaram videogame comigo. Não que eu seja exceção: quando não era contra, pai (ou mãe) de qualquer amigo meu jamais demonstrou sequer interesse pela jogatina eletrônica. Felizmente, esse ruído de geração está se dissipando, de acordo com uma pesquisa divulgada há pouco pela agência Sioux.
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Entre os dados que todo mundo já sabe (o número de mulheres gamers só aumenta, o mobile é a plataforma mais popular), o levantamento mostra que a maioria dos pais (71,2%) gosta que seus filhos joguem. Mais importante: 82,1% deles têm o costume de dividir os joysticks com a molecada.
Nenhuma novidade, afinal, os pais de hoje fazem parte da minha geração, que viveu em pé de guerra dentro de casa por gostar de videogame e não pretendem repetir o mesmo erro com os filhos. Mais do que aceitar que seus meninos e meninas curtam jogos eletrônicos, eles estão dispostos a participar desse universo e compartilhar suas experiências.
Isso me lembrou de um artigo publicado em 2012 no site da revista Forbes, pelo psicólogo e escritor Jordan Shapiro. Autor de Freeplay: A Video Game Guide to Maximum Euphoric Bliss, ele explicava por que jogar videogame tornava os pais melhores: "Este é o mundo da imaginação dos meus filhos", escreveu. "Quando eu o levo a sério (e participo dele), eu não estou apenas validando-o e reforçando elementos que são importantes para eles. Eu também estou provendo diversão e apoiando um espaço onde uma sofisticada inteligência emocional pode emergir". A razão para Shapiro dar uma chance aos videogames foi simples: "porque meus filhos amam isso".
Por mais que eu passasse horas vidrado na frente da TV, colasse pôsteres da Chun-Li nas paredes e gastasse todo o meu dinheiro alugando fitas e comprando revistas especializadas, meus pais nunca entenderam o que os videogames significavam para mim.
Lentamente, um muro de pixels foi sendo erguido entre nós. Um muro que essa geração de pais e filhos gamers jamais conhecerá. Ainda bem.
NOTAS
Minecraft virou lego
Um dos maiores sucessos da indústria do videogame, Minecraft tem clara inspiração em Lego. Logo, nada mais natural que ganhasse uma versão "real" do brinquedo. Prevista para chegar ao Brasil em março, a versão em Lego de Minecraft contará com conjuntos de algumas das mais famosas paisagens do jogo como A Caverna, A Primeira Noite e A Fazenda - cada um custando entre R$ 129 e R$ 299.
Ingressos para a XMA...
A XMA Mega Arena, um dos grandes eventos do eSport brasileiro, já tem datas, locais e ingressos para sua edição 2015. Em São Paulo, a jogatina ocorre de 30 de abril a 3 de maio, na São Paulo Expo; no Rio de Janeiro, as disputas serão de 4 a 7 de junho, no Rio Centro. O valor dos ingressos - que começam a ser vendidos na próxima terça-feira - vai variar de R$ 45 a R$ 500, com opções de entradas diárias, passaportes e ingressos VIP. Além dos embates de clássicos do eSport, como League of Legends e Dota 2, a XMA terá uma área exclusiva para fãs de Minecraft, palco para apresentações de youtubers e espaço com fliperama.
...E para a bgs
Começa nesta quinta-feira a venda de ingressos para a Brasil Game Show. A maior e mais tradicional feira de games do país será realizada de 8 a 12 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo. Neste ano, haverá três modalidades de entrada: bilhete para um dia (R$ 39), passaporte para quatro dias (de 9 a 12 de outubro, a R$ 117) e premium (que dá acesso também ao dia 8, reservado para imprensa e convidados, a R$ 299). A compra pode ser feita no site www.brasilgameshow.com.br
Jogatina Tech
Gustavo Brigatti: uma geração de pais e filhos gamers
Pesquisa mostra que jogos eletrônicos estão unindo gerações e derrubando antigas barreiras
Gustavo Brigatti
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