Esta é a minha décima terceira coluna, o que significa um ano inteiro escrevendo aqui na ZH. Recapitulando: na primeira coluna, listei o que não escreveria e, na segunda, o que os leitores da primeira coluna sugeriram que eu escrevesse, já que minhas dificuldades eram evidentes. Agora, é o momento de conferir se cumpri as minhas promessas e se atendi às recomendações.
Quanto aos itens interditados pelo próprio jornal, fui bastante cumpridor. Não falei de futebol, não escrevi ficção, não usei palavrões (salvo os de uso corrente no próprio jornal e os largamente utilizados no programa Sala de Redação), não fiz críticas a filmes ou livros, não publiquei crônicas de qualquer espécie, muito menos de autoajuda. Obedeci também aos conselhos dos leitores e não escrevi sobre hienas e desgraças.
Recebi as seguintes pautas: cinema, rock, tocar bateria, dar aulas, histórias cavernosas sobre meus amigos, reuniões de condomínio, política, trânsito, razões para viver, a inutilidade das regras, mistérios da vida após a morte, Malba Tahan, a origem dos chatos e o Tio Chico. Segui imediatamente uma das pautas: falar do Tio Chico, o que salvou minha terceira coluna.
Cinema e rock foram motivos de quatro colunas. Cinco, se séries de TV podem ser consideradas uma espécie de cinema (acho que Breaking Bad pode). Espero que os meus caros leitores considerem esse porcentual de aproveitamento de pautas (50%, contando a do Tio Chico) ao menos razoável. A outra metade é toda culpa minha. Percebi que alguns temas foram especialmente impopulares: apenas uma manifestação no Facebook sobre a décima segunda coluna, a que considero a mais interessante, comparando os livros de J.H.Dacanal e de E.O.Wilson. Em compensação, a que escrevi sobre um radinho que deixou de funcionar foi um grande sucesso (pelo menos no Facebook).
Sendo assim, preparem-se, meus raros e caros leitores: neste segundo ano, vou tentar falar mais de bacanal do que de Dacanal, o que já me aponta o caminho para o item "histórias cavernosas dos meus amigos". Quanto ao E.O.Wilson, vou deixá-lo em paz com suas formigas e seus ensinamentos sobre o altruísmo humano. Ninguém está interessado. Só eu. Mas confesso: todo mês tenho que me segurar pra não escrever sobre hienas.