Um ano atrás, o Netflix colocou no ar os 13 episódios da primeira temporada de House of Cards ao mesmo tempo, para que quem quisesse assistir o fizesse livremente, vendo quantos episódios desejasse, quando desejasse. Isso simplesmente não existia e oficializou o binge-watching, o novo jeito de se ver a nova TV que não é TV, por ser internet.
House of Cards 2 é Shakespeare. O seu narrador, Frank Underwood, é Ricardo III. Nada e ninguém será um obstáculo para a realização dos seus planos, quaisquer que sejam. A consciência dele não é um obstáculo, pois ele não possui uma.
Em House of Cards, a política é uma função que utiliza o que a humanidade tem de pior para realizar o que ela pede e precisa. No mundo real, ela não deve ser muito diferente disso, e talvez assim a série nos capture do jeito que o faz. Ela tem seus elementos de novelão e momentos que testam a nossa credulidade. Não faz diferença, a gente vê, e vê, e quer mais. Mais. Mais. Mais.
Nessa temporada, a esposa de Frank ganha espaço e tempo para praticar a igualdade de gêneros. Claire é tão amoral, agressiva, pragmática, vingativa e sem remorsos quanto Frank, o que não deixa de ser uma conquista do feminismo.
Ao ver House of Cards, lembre de que você está fazendo história. Não tanto pelo que está vendo, mas como está vendo. O Netflix revolucionou o jeito com que vamos passar a ver filmes e tudo mais: na internet, na TV, no tablet, no smartphone, quando a gente quiser.
Por coincidência nada coincidente, essa revolução começa com uma série. Nada mais justo, nada mais certo, e por aí vamos.