Presença marcante no calendário de diversões noturnas de Porto Alegre, a Balonê completa 12 anos neste sábado. Mas a balada especializada em anos 80 não é a única festa que sobrevive ao tempo e se mantém regular e com público cativo. A lista de opções que ultrapassa os cinco anos de atividades alegrando a noite da Capital vai do rock aos etnobeats e eletrônico.
A origem de quase todas as festas que se mantêm ativas é a mesma: amigos que se juntaram para ouvir e dançar suas músicas preferidas e, quando se deram conta, estava reunindo centenas - ou mesmo milhares - de pessoas.
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- A primeira edição reuniu 200 pessoas, e a gente ficou superfeliz. Nem imaginava que, em 2004, iríamos colocar quase 3 mil pessoas no DC Navegantes. Hoje, é o meu emprego - comemora Taís Scherer, uma das produtoras da Balonê.
Militando no mesmo tema, mas um pouco mais velha, a Boys Don't Cry fechou 15 anos em 2013. Criação do radialista Mauro Borba, a balada surgiu de um programa de rádio no final dos anos 1990, na extinta casa Porto de Elis. Hoje a frequência é menor, ocorrendo em média uma vez a cada dois meses.
- Fazemos a festa para o pessoal que viveu os anos 1980, embora nunca falte uma gurizada curiosa - avalia Borba.
Mas o espectro sonoro é variado. Há cinco anos, a Rockwork Orange, como o próprio nome diz, bota a pista abaixo tocando rock'n'roll. Inspirada no filme Laranja Mecânica, traz elementos do clássico de Stanley Kubrick, como o drink Moloko e um promoter fantasiado de Alex, personagem principal do longa. Tudo para criar identidade e fidelizar o público - que já cruzou as fronteiras do Rio Grande do Sul.
- Tivemos edições em Manaus, no Pará e na Espanha - contabiliza Thales Speroni, um dos produtores.
Com propostas semelhantes, a Neon e a Disc-O-Nexo fecharam seis anos apostando na música eletrônica não comercial e voltada para os amantes dos beats undergrounds. O mesmo vale para a Pulp Friction, há 10 anos explorando as nuances do universo pop.
- O que atrai as pessoas é elas saberem que, além de ouvir o último sucesso do pop, vão também escutar alguma coisa diferente. Essa é a nossa proposta - diz Leo Felipe, produtor da Pulp Friction.
Para Fiapo Barth, dono do Bar Ocidente, local onde a maioria dessas festas começou ou encontrou abrigo, o fenômeno da longevidade é recente - mas tem explicação.
- São todas festas que começaram para amigos, mas, por terem uma identidade própria, mantiveram-se vivas mesmo quando os amigos pararam de frequentá-las - avalia, destacando a publicidade boca a boca e, claro, o fator fila. - Pode conferir, essas festas todas deixam gente de fora, o que atrai mais gente ainda.