Depois de passar pelo Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio e em São Paulo, Jacques Rivette - Já Não Somos Inocentes chega à Capital com nove filmes, todos em 35mm - a exceção é o documentário sobre o diretor assinado por Claire Dennis para a televisão francesa. A mostra ocupará a P.F. Gastal entre os dias 6 e 11. Na semana que a antecede, ou seja, até o próximo domingo, os cinéfilos podem conferir uma espécie de esquentando os tamborins - trata-se do ciclo Esperando Rivette, composto por nove longas lançados nos anos 1950 que contribuíram para compor o repertório do cineasta. Nesse caso, as exibições serão a partir de matrizes em DVD.
Oito dos nove filmes de Jacques Rivette - Já Não Somos Inocentes são inéditos no Brasil. Entre os títulos, estão o longa de estreia do realizador, Paris nos Pertence (1961), o cultuado Céline e Julie Vão de Barco (1974) e o recente drama de época Não Toque no Machado (2007). Autor de 24 longas-metragens, Rivette segue produzindo ativamente, aos 85 anos.
Leonardo Bomfim sobre Jacques Rivette: O cineasta do presente contínuo
Apontado como o mais erudito dos cineastas da nouvelle vague, ele nunca gozou da popularidade de seus companheiros de geração François Truffaut, Jean-Luc Godard, Claude Chabrol e Éric Rohmer, o que justifica o desconhecimento de parte de sua obra. A mostra da P.F Gastal é uma oportunidade para mudar o jogo.
A entrada é gratuita em todas as sessões. No dia 8, o coordenador do Curso de Realização Audiovisual da Unisinos, Milton do Prado, que pesquisou sobre a obra de Rivette em seu mestrado no Canadá, participará de um debate sobre a sua obra.
OS FILMES
Mostra "Esperando Rivette", com longas que influenciaram Jacques Rivette (até domingo):
> O Rio Sagrado (1951), de Jean Renoir (França)
> O Inventor da Mocidade (1952), de Howard Hawks (EUA)
> Viagem à Itália (1953), de Roberto Rossellini (Itália)
> A Imperatriz Yang Kwei-fei (1955), de Kenji Mizoguchi (Japão)
> A Palavra (1955), de Carl Theodor Dreyer (Dinamarca)
> Grilhões do Passado (1955), de Orson Welles (França/Espanha)
> Bom Dia, Tristeza (1958), de Otto Preminger (EUA)
> O Tigre de Bengala (1959), de Fritz Lang (Alemanha)
> O Sepulcro Indiano (1959), de Fritz Lang (Alemanha)
Mostra "Jacques Rivette - Já Não Somos Inocentes", com filmes do diretor ou sobre ele (a partir da próxima terça-feira):
> Paris nos Pertence (1961)
> A Religiosa (1966)
> Amor Louco (1969)
> Out 1: Espectro (1974)
> Céline e Julie Vão de Barco (1974)
> Duelle - Uma Quarentena (1976)
> O Amor por Terra (1984)
> Não Toque no Machado (2007)
> Jacques Rivette, o Vigilante (de Claire Dennis, 1990)