Ah, a eterna e deliciosa disputa entre homens e mulheres! Que graça teria a vida se os dois únicos exemplares da espécie humana não vivessem em constante rixa?! Como seria sem as implicâncias e divertidas brincadeiras sobre superioridade?!
Desde que o feminismo começou a ocupar as manchetes de jornais, a busca por igualdade e o equilíbrio entre os gêneros ganharam força. O movimento de 1970 impulsionou a procura feminina por posição profissional. Coube ao homem aceitar que a mulher já não era subordinada, mas sim... sua rival? Porque rival? As meninas só queriam o espaço delas. Foram além? É, pode ser... de lá pra cá, muita coisa mudou na relação entre homens e mulheres e a discussão está longe de ter um fim.
Mas entre espinhosas alfinetadas, há também espaço para românticas declarações. E assim vivem nossos protagonistas - na mais perfeita química entre amor e ódio.
Em Guerra dos Sexos, Otávio (Tony Ramos) e Charlô (Irene Ravache) vão mostrar os conflitos e prazeres entre homens e mulheres na eterna busca da superioridade. Ambientada em São Paulo, a novela tem autoria de Silvio de Abreu com colaboração de Daniel Ortiz, direção de núcleo e geral de Jorge Fernando e direção de Ary Coslov, Marcelo Zambelli e Ana Paula Guimarães.
Até que um testamento os una novamente!
A idade não é empecilho para Charlote II de Alcântara Pereira Barreto (Irene Ravache). Charlô, como prefere ser chamada. Exímia piloto de carro, moto e avião, também atira como ninguém e pratica aulas de paraquedismo. Se você já está sem ar, imagine quando souber que ela também é adepta de safáris na África, missões antropológicas pelas selvas amazônicas e furtivos casamentos e arrebatadoras aventuras amorosas. Alegre e destemida, só perde o humor quando o primo a chama de Cumbuqueta.
Em retaliação, Otávio II de Alcântara Rodrigues e Silva (Tony Ramos) é logo apelidado de Bimbinho por Charlô. O sexagenário senhor é sisudo, medroso, cheio de manias e hipocondríaco. De hábitos pouco saudáveis, parece até ter alergia a palavra ginástica. Só lhe vemos com disposição quando está a proferir rebuscados e moralistas discursos sobre as maravilhas de ter nascido homem. Poucas mulheres passaram por sua vida, apesar de muitos desconfiarem de que, em suas fugas na calada da noite, realiza encontros amorosos com algumas "rivais".
Comprovando a teoria de que os opostos se atraem, os dois - acredite se quiser! - tiveram um tórrido romance na adolescência. Chegaram a ficar noivos, mas Charlô II jamais aceitou os mandos do machista Otávio II, que, por sua vez, nunca cederia a uma feminista. O grande amor acabou se transformando em ódio. Separados, mantiveram em comum apenas a paixão pelo golfe e o gosto por apostas.
E se tivessem apostado, jamais imaginariam que uma herança milionária e uma condição surpreendente os uniriam outra vez. Os dois quase caíram para trás quando o tabelião leu o testamento de Charlô I (Fernanda Montenegro) e Otávio I (Paulo Autran), mortos de infarto duplo numa prolongada noite de amor. Os tios homônimos deixaram para seus únicos descendentes a mansão onde viviam e a rede de loja Charlôs, sem direito a negociação de venda fora da família. Os primos, teimosos e irredutíveis, preferiram dividir a mesma casa e a administração das lojas a ter que ceder e vender seus exatos 50% para o outro.
A coincidência assombrou a governanta Olívia (Marilu Bueno). Ela não acreditou que, depois de anos servindo ao excêntrico casal, que também se odiava e acabou casando, teria agora que dividir-se entre os novos moradores da mansão. Charlô ocupa um lado da casa; Otávio, o outro. A sala principal, onde se encontram pelas manhãs, é vigiada pelos enigmáticos olhares dos tios, imortalizados em grandes quadros sobre a lareira. Olívia, sempre assustada, jura que as imagens mudam de expressão. Será?
A GUERRA DE 1983
> Moda: Na vinheta de abertura, os trajes de ginástica para homens e mulheres retratavam a moda das academias que começavam a se popularizar. Ombreiras eram comuns em looks femininos, bem como acessórios que faziam alusão aos figurinos masculinos, como gravatinhas ou ternos largos.
> Situação social: O Brasil estava sob censura. Era proibido mostrar ou falar de adultério. Os personagens Fábio e Juliana não podiam se beijar ou se tocar. Eles apareciam apenas conversando sobre o relacionamento que tinham. A censura marcava em cima. Também implicavam com Vânia, uma mulher que não queria casar. Era um mau exemplo.
> Mercado de trabalho: Desde que o feminismo começou a ocupar as manchetes de jornais, a busca por igualdade e o equilíbrio entre os gêneros ganharam força. O movimento de 1970 impulsionou a procura feminina por posição profissional. Coube ao homem aceitar que a mulher não era subordinada, e sim uma igual.
> Trama Central: Otávio e Charlô fazem uma aposta para ver quem toca melhor a empresa e lucra mais. A greve de sexo que rolou durante os cem dias do jogo foi imposta pelos patrões para não dispersar os competidores do objetivo final.
A GUERRA DE 2012
> Moda: Despojamento e glamour são as palavras que guiam a figurinista Marília Carneiro. Charlô é politicamente incorreta, assim como as peles e plumas que usa para completar o look, composto sempre por calças. Otávio tem figurino retrô inspirado nos atores Clark Gable e Gary Cooper, galãs da década de 1940.
> Situação social: Há até uma noiva em fuga logo no início da trama, Analú (Raquel Bertani), que deixa a família de cabelo em pé ao sair do altar de vestido branco. Adultérios são comuns no remake, como é o caso de Juliana com o fotógrafo Fábio, que é casado com Manuela. O funcionário da Charlôs só não se separa da mulher porque não quer ficar longe da filha.
> Mercado de trabalho: O próprio Sílvio de Abreu destaca que o Brasil tem, atualmente, uma mulher como presidente da República, o que já representa a grande mudança dos últimos tempos. As mulheres têm cargos de chefia e concorrem de igual para igual com os homens em qualquer seleção de trabalho.
> Trama central: A mesma aposta se repete entre Otávio II e Charlô II:. Mas a tal greve de sexo é imposta pelos patrões para frear as constantes investidas de Felipe em suas subordinadas. Todas as relações amorosas entre os funcionários são proibidas. A multa pela infração é a demissão.
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