Se Ayrton dos Anjos, o Patineti, não está mais presente fisicamente pelas ruas do seu querido Rio Grande do Sul, o seu legado continua vivo. E um dos projetos favoritos do produtor musical, que morreu em junho deste ano, é O Grande Encontro — Música dos Gaúchos, que ganhará a sua 10ª edição.
O evento ocorre nesta terça-feira (12), às 20h, no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre (veja detalhes ao final do texto), com a ideia de valorizar e promover a cultura tradicionalista. No palco, haverá encontros já consagrados e outros inéditos, mas sempre com clássicos da música gaúcha, com o objetivo de colocar a plateia para cantar junto com mais de 50 artistas.
Estas são algumas das promessas de Caetano dos Anjos, filho de Patineti que, a partir de agora, assume o comando da iniciativa e, neste ano, prestará homenagem ao icônico produtor gaúcho. Além do show, haverá o lançamento do Prêmio Ayrton Patineti dos Anjos, distinção anual que tem como objetivo reconhecer um artista e uma empresa de destaque na cultura gaúcha.
— De certa maneira, ficou quase como uma responsabilidade eu tocar esse legado do Patineti. Me senti tenso, porque não tinha certeza se os artistas viriam comigo e o meu pai praticamente validava participar de O Grande Encontro. Os artistas abraçaram a causa e, no final das contas, tive muita facilidade em conseguir fazer a curadoria. Eles toparam de primeira — conta Caetano.
Segundo o novo curador do evento, a homenagem para o seu pai fez com que os artistas ficassem emotivos e, ao mesmo tempo, ainda mais dedicados para fazer a apresentação da melhor maneira possível. Na extensa lista de confirmados, estão nomes como Elton Saldanha, Neto Fagundes, Ernesto Fagundes, Gaúcho da Fronteira, Shana Müller, César Oliveira e Rogério Melo, Loma, Luiza Barbosa, Luiz Marenco e Érlon Péricles.
Participando desde a primeira edição, em 2013, Renato Borghetti acredita que reunir um time tão extenso e representativo para a cultura gaúcha em um evento como O Grande Encontro só foi possível graças ao profissionalismo e ao carisma de Ayrton dos Anjos:
— Só o Patineti para conseguir fazer isso, porque todos os artistas estão nesta edição. Se não estão todos, é quase, mas só porque alguns talvez tenham problemas de agenda. Só ele conseguia reunir um time tão legal e representativo. As pessoas vão, assim como eu, muito por causa dele. Não existiria um O Grande Encontro se não existisse uma figura como o Patineti.
Esta comoção ao redor do nome do produtor musical ajudou a tirar esta 10ª edição do papel, mas Caetano acredita que a consolidação de O Grande Encontro na agenda da Capital também tem forte impacto na hora da reunião dos nomes:
— É um projeto amado tanto pelo público quanto pelos artistas. Acredito que a gente vai ter muita facilidade em tocar isso e continuar essa história. Os artistas falam que esse legado é meu, mas eu costumo dizer ao contrário: "Esse legado agora é de vocês". Eu só fico tentando viabilizar, como sempre.
Mudanças e continuidade
Hoje representante da Associação Brasileira de Música, Caetano dos Anjos conta que trabalhou com Ayrton por muitos anos, mas atuando nos bastidores, tornando realidade as ideias do esfuziante pai. O seu lugar, segundo o próprio, é fora dos holofotes, sem puxar para si o protagonismo, que tem de ser dos artistas. Por isso, conta que está muito à vontade na condução desta edição histórica do projeto.
— A presença do pai está tão forte, as coisas estão dando tão certo, que a gente está conseguindo conduzir tudo com muita facilidade, desde a parte técnica até a parte artística. Porque não é fácil produzir um grupo de 50, 60 nomes. Existem prioridades, necessidades, desejos. E a gente tem que respeitar um por um — salienta o filho de Patineti.
Dentro deste respeito que Caetano comenta, ainda está aquele despendido ao projeto criado pelo pai, cuja essência ele quer manter, mas fazendo alterações para melhorar seu funcionamento:
— A gente não tinha muito uma direção artística, um roteiro do show. E isso a gente mudou neste ano. Então, a tendência é que o show seja um pouco mais dinâmico, mais em clima de espetáculo, que a coisa flua com um pouco mais de rapidez, porque, às vezes, chegava a quase quatro horas de espetáculo. Fica um pouco cansativo. A gente não vai mudar o projeto, mas qualificá-lo, profissionalizar um pouco. O Grande Encontro merece, depois de 10 anos, esse carinho especial.
Borghetti complementa afirmando que o projeto é, além de um show, a chance de rever amigos, sendo um grande encontro no palco, mas também nos bastidores. Esse diferencial, que é a alma da iniciativa, será mantido:
— O Caetano é um "Patinetinho", cópia total. E em todos os sentidos: querido, competente, parceiro, amigo de todos os músicos. E isso é O Grande Encontro, uma demonstração de amizade. Isso é maravilhoso.
10º O Grande Encontro — Música dos Gaúchos
- Nesta terça-feira (12), às 20h, no Auditório Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685), em Porto Alegre.
- Ingressos: a partir de R$ 25 (solidário, mediante doação de 1kg de alimento não perecível).
- Pontos de venda sem taxa: Loja Planeta Surf Bourbon Wallig (Av. Assis Brasil, 2.611), das 10h às 22h, somente em dinheiro; e bilheteria do Araújo Vianna, somente no dia do evento, duas horas antes do show. Ponto de venda com taxa: pela plataforma Sympla.
- Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante e acompanhante sobre o valor inteiro do ingresso.
- Classificação etária: livre.