A defesa de Matheus Possebon, empresário do cantor Alexandre Pires que foi preso preventivamente nesta terça-feira (5), se manifestou sobre o caso. Possebon foi detido após desembarcar do cruzeiro temático do cantor em Santos, no litoral de São Paulo.
"A prisão de Matheus Possebon é uma violência. Foi decretada por conta de uma única transação financeira com uma empresa que Matheus não mantém qualquer relação comercial. Mais grave ainda, a prisão se deu sem que Matheus pudesse ao menos esclarecer a transação", disse o advogado Fábio Tofic Simantob.
Por fim, a defesa alegou "estar certa de que a violência será prontamente desfeita e que Matheus poderá, em liberdade, comprovar que nada tem a ver com a investigação".
O empresário é vice-presidente da Opus Entretenimento, que faz o gerenciamento de carreira de grandes artistas brasileiros. Ele está no centro das investigações por financiar o garimpo na terra indígena yanomami. De acordo com a Polícia Federal (PF), ele seria um dos "responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes".
Mais cedo, a defesa de Alexandre Pires também falou sobre o caso, e disse que o cantor foi surpreendido pela operação da PF. Os advogados negaram a participação do artista na quadrilha.
"Na qualidade de advogado do cantor e compositor Alexandre Pires, vimos a público, diante das notícias veiculadas pela mídia em geral, esclarecer que o cantor Alexandre Pires não tem e nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena", afirmou o advogado Luiz Flávio Borges D’Urso.
O texto também destaca que o artista "jamais cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações, reiterando sua confinaça na Justiça brasileira".
O caso
A investigação foi aberta depois que a Polícia Federal apreendeu quase 30 toneladas de cassiterita extraída ilegalmente na sede de uma das empresas suspeitas, em janeiro de 2022. O carregamento seria enviado ao Exterior. A cassiterista é encontrada na forma de rocha bruta, e costuma ser vendida na forma de um pó concentrado, obtido após o processamento de mineração. Também é útil para a extração de estanho.
A Polícia Federal aponta que os investigados teriam montado um esquema para dar aparência de legalidade ao garimpo. De acordo com a investigação, a cassiterita seria extraída no território yanomami, em Roraima, mas declarada no papel como originária do Rio Tapajós. Ao longo do inquérito, a PF identificou uma rede de pessoas e empresas envolvidas na operacionalização das fraudes.