Shane MacGowan, compositor e vocalista da banda irlandesa The Pogues, morreu na manhã desta quinta-feira (30), aos 65 anos. O anúncio da morte foi divulgado por Victoria Mary Clarke, esposa do músico, em publicação do Instagram. MacGowan enfrentava um quadro de encefalite viral.
"Sou abençoada além das palavras por tê-lo conhecido e por tê-lo amado e por ter sido tão infinita e incondicionalmente amada por ele e por ter tido tantos anos de vida e amor e alegria e diversão e risos e tantas aventuras", escreveu a esposa na mensagem, em tom emocionado.
O artista foi hospitalizado no final do ano passado. A encefalite viral lhe gerou um quadro de inchaço cerebral e, desde então, Shane MacGowan esteve internado em terapia intensiva.
O vocalista nasceu em Pembury, Inglaterra, mas passou parte de sua infância na Irlanda. Anos depois, de volta ao seu país natal, viveu com a família em Brighton e em Londres. Em 1982, ao lado de Jem Finer e Spider Stacy, formou a banda The Pogues.
Durante sua trajetória, MacGowan enfrentou problemas com álcool e drogas, chegando a ser expulso da banda no início dos anos 1990, em decorrência dos vícios.
Grupo de grande sucesso na década de 1980, The Pogues era famoso por suas canções sobre a Irlanda e a diáspora irlandesa no mundo. Em seu som, misturavam o punk com elementos tradicionais do país.
A banda virou uma voz política para os jovens imigrantes irlandeses na Londres dos anos 1980, em um movimento contra a então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e como elemento para enfrentar a censura.
Seu grande sucesso foi Fairytale of New York, lançado em 1987, um clássico de Natal com elementos da música tradicional irlandesa.
"Shane será lembrado como um dos maiores letristas da música", afirmou o presidente da Irlanda, Michael Daniel Higgins, em um comunicado. Ele chamou muitas canções de MacGowan de "poemas perfeitamente elaborados".