Não é exagero dizer que quem for ao Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685) no sábado (9) vai assistir a um dos shows com maior concentração de hits dos últimos tempos em Porto Alegre. Lobão sobe ao palco às 21h para apresentar Lobão & The Vanishing Volcanoes: O Magma do Rock. Os ingressos custam a partir de R$ 120 (inteiro) ou R$ 65 (solidário, com a doação de um quilo de alimento não perecível), e estão disponíveis na plataforma Sympa. Sócios do Clube do Assinante e um acompanhante têm 50% de desconto.
Conforme o artista, para o repertório de sua apresentação, ele e o seu power trio têm à disposição um “carrossel” de canções. Somente de seu mais recente trabalho, Canções de Quarentena, são 32 músicas. Os clássicos reunidos em Antologia Politicamente Incorreta dos Anos 80 pelo Rock, álbum de 2018, também estão na mira, assim como as composições de seu primeiro disco solo, Cena de Cinema, porque está fazendo 40 anos de lançamento neste 2022.
— Estou animadíssimo para fazer show aí, faz um tempão que não vou a Porto Alegre. Os Vanishing estão nos cascos! Será um show épico — promete Lobão, que esteve pela última vez na Capital em 2018.
Ele explica que o show tem mais de duas horas e segue o mesmo “chassi” da apresentação do dia 28 de maio em Niterói (RJ), onde a turnê começou. No próprio dia do show carioca, o músico publicou em seu Instagram uma foto do setlist em uma folha de papel manuscrita. Ali estão apontadas 25 músicas, fora o bis, começando por Canos Silenciosos, O Rock Errou e Decadence. O carrossel de hits inclui ainda Rádio Blá, Essa Noite Não, Vida Louca Vida e Me Chama, que está na 47ª posição do ranking das cem maiores músicas brasileiras da revista Rolling Stone.
Lobão lotou o Teatro Municipal de Niterói. O show, com entrada franca, foi comemorativo aos 40 anos da Rádio Fluminense FM, justamente a rádio onde o artista lançou Cena de Cinema, em 1982. Um remake do álbum, inclusive, deve sair em novembro.
— Não sou nem um pouco nostálgico. Eu respeito as datas. As pessoas reivindicam isso e, como pessoa pública, tenho obrigação de dar isso pra elas. Sou grato pela minha trajetória. Respeito a cronologia dos acontecimentos. E, saindo de dois anos de uma pandemia, acho que é uma boa oportunidade para sair comemorando — explica.
Independente
Além da turnê, que depois de Porto Alegre segue para São Paulo e para Espírito Santo, da regravação de Cena de Cinema e do Canções de Quarentena, Lobão já está envolvido com o Canções de Quarentena na versão internacional e projeta ainda Vale da Estranheza, próximo disco, e A Idade da Estranheza, um próximo livro. Desde 2016, ele lança álbuns e livros pelo sistema de crowdfunding.
— Todos os projetos foram muito bem sucedidos. O crowdfunding é um expediente muito oportuno pra mim: não tem dinheiro público, não tem gravadora, é independente e reúne apenas os interessados — justifica, ao comentar a viabilidade do álbum físico, CD duplo e vinil triplo Canções de Quarentena.
A concepção dos arranjos, a gravação dos instrumentos, a mixagem e a masterização, tudo foi feito por Lobão, sozinho. Teve apenas a companhia da mulher, a gaúcha Regina Lopes, com quem é casado desde 1991, em backing vocals e na gravação de voz em duas produções. Foi uma oportunidade para se comprovar que o próprio Lobão é um carrossel de possibilidades.