Samuel e Jackson Bush, tio e sobrinho que trabalharam como seguranças no festival Astroworld, abriram processos contra a organização do evento após um tumulto que causou a morte de 10 pessoas e feriu dezenas, no início de novembro. Em entrevista coletiva nesta semana, os dois profissionais informaram que não receberam treinamento e que acabaram lesionados ao tentar conter a confusão no evento realizado em Houston, no Texas, Estados Unidos. As informações são da revista Rolling Stone.
Aos repórteres, eles informaram que 28 pessoas e instituições foram citadas no processo judicial aberto recentemente, incluindo Travis Scott e a gravadora Cactus Jack Records, promotores do festival. Como responsável por contratar os seguranças, a empresa AJ Melino & Associates também foi indicada no documento e acusada de não preparar os funcionários.
Segundo Samuel e Jackson Bush, a empresa não verificou os antecedentes criminais dos seguranças e não forneceu a eles walkie-talkies para se comunicarem com os seus superiores. Eles também alegam que não receberam nenhuma instrução específica - apenas que deveriam estar no local do show vestidos de preto para desempenharem a função.
— Basicamente, nos disseram onde ficar, para não deixar as pessoas entrarem e para ficarmos seguros e não colocar as mãos em ninguém. Não houve treinamento — disse Jackson Bush, na coletiva.
Samuel quebrou a mão e machucou as costas após ter sido pisoteado "múltiplas vezes", enquanto Jackson teve o ombro ferido. Darius Williams, outro segurança contratado pelo evento, também abriu um processo e reforçou o argumento de que a empresa se apressou em conseguir os funcionários sem checar devidamente a qualificação deles.
A ação dos dois seguranças se soma a outras dezenas de processos movidos por pessoas que estavam no festival Astroworld. Representante de mais de 200 supostas vítimas do tumulto no evento, o advogado Thomas Henry entrou com uma ação de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11 bilhões) contra o músico Travis Scott e organizadores do evento.