Um grande número de fãs se reúne em frente ao Ginásio Goiânia Arena, em Goiás, onde o corpo de Marília Mendonça deve ser velado a partir das 13h. Organizados em fila, na manhã deste sábado (6), eles cantavam juntos sucessos da cantora, como De quem é a culpa?. A artista morreu em um acidente aéreo a caminho de um show em Minas Gerais nesta sexta-feira, junto com seu assessor e tio, o produtor, o piloto e o co-piloto do avião bimotor.
O velório tem previsão de se estender até 16h, e autoridades esperam mais de 100 mil pessoas. O local, que fica ao lado do Estádio Serra Dourada, foi oferecido pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que decretou três dias de luto oficial no Estado. Segundo o G1, há fãs que rodaram mais de 100 quilômetros e chegaram em frente ao ginásio ainda de madrugada para esperar o velório.
— A gente veio para dar a despedida à nossa grande Marília Mendonça e agradecer a ela por passar esses anos da vida dela cantando para a gente e alegrando nossos corações — disse ao G1 o estudante Davi Dyeimes Linares, entre os primeiros fãs que chegaram ao local.
Após os admiradores se despedirem de Marília, um cortejo deixará o ginásio em direção ao Cemitério Memorial Parque, onde o sepultamento, previsto para 17h30min, será reservado para familiares.
O acidente
A queda da aeronave ocorreu perto de uma cachoeira na região da serra de Caratinga, no interior do Estado, por volta das 15h. Entre as vítimas, além de Marília e do tio, Silveira Dias, estavam o produtor Henrique Ribeiro, o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) disse que a aeronave atingiu um cabo de uma torre de distribuição da empresa antes do acidente. As informações confirmam relatos de pilotos que sobrevoaram a região e de testemunhas de que o avião "rasgou" os fios de alta tensão ligados a uma torre próxima ao local.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), divulgou nota informando que investigará o acidente. De acordo com o órgão, na ação, o grupo identifica indícios, fotografa cenas, retira partes da aeronave para análise, ouve relatos de testemunhas, reúne documentos, com o objetivo de prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram. Não há tempo previsto para a atividade ocorrer, e o Cenipa afirma que a conclusão das investigações terá "o menor prazo possível".
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave era um PEC Táxi Aéreo, modelo C90A e fabricada em 1984. Sua situação de aeronavegabilidade (condições para voo) era "normal" e o certificado foi emitido ainda em agosto do ano passado.