Quem conferiu as plataformas de música nos últimos dias provavelmente encontrou uma adolescente com a língua de fora e adesivos colados ao rosto no topo das listas de artistas mais ouvidos. Aos 18 anos, Olivia Rodrigo mal lançou seu primeiro disco, Sour, e já foi chamada de “o futuro do pop” pela revista Rolling Stone.
Analisando o desempenho comercial da cantora, a afirmação não surpreende: seu primeiro single, Drivers License, lançado em janeiro, ficou no topo da Billboard Hot 100 por oito semanas logo após a estreia. Deja Vu e Good 4 U vieram em seguida e também ficaram no top 10 da parad. Já Sour, liberado na última sexta-feira (21), quebrou em apenas cinco dias a marca de Billie Eilish e se tornou o álbum feminino mais ouvido em sua primeira semana no Spotify.
É com influências de Eilish e de outras artistas que começaram a carreira ainda adolescentes, como Lorde e Taylor Swift, que Olivia Rodrigo chega arrebatando a indústria musical. Assim como Taylor, Olivia compõe suas próprias canções inspirada por decepções amorosas e outros problemas típicos da juventude, como insegurança, ciúmes e amizade. Somadas a uma sonoridade que mistura pop com punk-rock, as letras geram identificação por parte do público jovem.
— Sou uma compositora superespecífica. Acho que as músicas mais impactantes são específicas. Uma narrativa ampla não é divertida em nenhum meio artístico. E o mais especial nas composições é que você pode ser específico o quanto quiser, mas ainda há espaço para preencher as lacunas. E muitas vezes, as pessoas preencherão as lacunas com detalhes de suas próprias vidas — comentou a artista à revista Nylon.
A nova garota Disney?
Antes de Drivers License, Olivia Rodrigo já era conhecida entre os adolescentes. Em 2016, aos 13 anos, ela estreou no Disney Channel com a série musical Bizaardvark e, em 2019, foi escalada para viver a protagonista Nini Salazar-Roberts na série High School Musical: A Série: O Musical, que segue no ar.
O sucesso na música e na TV logo gerou comparações entre a cantora e outras estrelas da Disney como Miley Cyrus, Demi Lovato e Selena Gomez. Diferentemente das colegas, no entanto, Olivia teve sua escalada ao sucesso motivada mais pela música do que pela atuação na emissora. Em entrevistas, a cantora-atriz deixa claro que prefere manter suas duas facetas artísticas separadas.
— Esse é o meu sonho absoluto porque sempre quis ser levada a sério como compositora. Ser atriz pode interferir nisso, porque atuar se baseia em contar mentiras e compor se baseia em contar a verdade absoluta e total — justificou à Nylon.
Fórmula do sucesso
Nascida em 2003, a cantora carrega na bagagem uma série de referências da geração Z que influenciam da estética à composição de Sour. Em um dos versos de Deja Vu, por exemplo, ela relembra estar assistindo a reprises de Glee — uma série que estreou somente em 2009.
O fator fofoca também influenciou no sucesso meteórico de Olivia. Embora nunca tenha sido confirmada publicamente, muitos acreditam na teoria de que ela escreveu Drivers License após Joshua Bassett, seu colega de elenco em High School Musical, tê-la trocado por outra atriz, Sabrina Carpenter, que seria “aquela garota loira” que é “muito mais velha do que eu”, citada na letra. Como as três celebridades têm muitos fãs, a música ganhou força a partir das especulações nas redes sociais sobre a música ser ou não autobiográfica.
Esse mesmo público ajudou a viralizar Drivers License no TikTok. Logo após o lançamento, a música foi usada em vídeos caseiros em que os usuários reproduziam uma cena do clipe em que Olivia se afasta da câmera durante uma mudança dramática entre o verso e o refrão.