Dançar em cima de um lustre gigante, segurada por cabos de aço, enquanto canta Get the Party Started é o menor dos desafios recentes da cantora Pink. A cena apoteótica marca o início do documentário Pink — All I Know So Far, que estreou na última sexta-feira (21) no Amazon Prime Video. Embalado por trechos da turnê Beautiful Trauma, o filme apresenta números marcantes de apresentações e destaca um lado da cantora pop até então pouco explorado: a sua rotina como mãe.
Logo após deixar um estádio lotado, Pink entra em uma van e já se preocupa em saber como estão sua filha Willow, oito anos, e Jameson, dois anos. Este é apenas um exemplo da dedicação de Pink que o espectador verá ao longo de uma hora e meia. A cada parada da turnê, é normal ver a artista discutindo com os filhos sobre a hora de ir para o banho, por exemplo, além de intimá-los para passeios pelas cidades. Ela faz questão de colocar os dois em bicicletas, parando em diferentes restaurantes, acompanhados do marido e ex-campeão de motocross Carey Hart.
A produção foi gravada durante três semanas da turnê Beautiful Trauma pela Europa, que os pequenos viveram intensamente ao lado da cantora. Em ensaios, horas antes das apresentações, o documentário mostra os filhos tentando imitar a diva. No entanto, nem tudo são rosas para Pink: Willow, em um dos momentos, chora de saudade dos amigos e pede para ir a um acampamento de verão, nos Estados Unidos.
— Eu sei que é muito mais fácil para os homens, principalmente, sair pela porta e não olhar para trás. Apenas isso. Não há como uma mãe se afastar de seus bebês e não pensar neles a cada segundo de cada dia e não se preocupar, a ponto de você não conseguir dormir — reforça ela, em um trecho do filme, que ficou abalada com o pedido da filha.
Apesar das dificuldades maternais, Pink não emprega tanta carga dramática para a situação. Com mais de 90 milhões de discos vendidos, a cantora acaba dosando sua preocupação com belos números musicais, tornando o longa mais leve e admirável.
História
O mais interessante de All I Know So Far é que a cantora acaba fazendo um contraponto da personalidade dos filhos com a infância dela. Em meio às situações, o espectador poderá rever a pequena Alecia Beth Moore Hart (nome real da artista) cantando Oh Father, de Madonna, em um show de talentos, aos 12 anos.
Aos poucos, o documentário recupera a construção da carreira musical de Pink, mostrando seu crescimento na década de 1980, sendo moldada pela rainha do pop e tantos outros nomes do rock, como Joan Jett. Tudo isso recheado com fotos ao lado dos pais, que a criaram no Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Toda essa história acaba sendo cruzada com diferentes singles da carreira da artista, que já tem oito discos lançados. Como os fãs bem sabem, Pink canta, dança e ainda consegue fazer discursos sociais importantes. No VMA, em 2017, por exemplo, ela fez questão de reafirmar a autoaceitação ao receber um prêmio. No documentário, tudo isso é repassado aos filhos em pequenas atitudes.
Por isso, mais do que uma Pink diferente, All I Know So Far reafirma aquilo que a cantora diz na letra de So What: ela é uma rockstar, que sempre estará se divertindo, independentemente do que aconteça.