Em 2017, Dua Lipa ditou boas regras para superar aquele ex-namorado impertinente em New Rules, faixa que estourou seu nome nas paradas musicais nos seis continentes. Três anos depois, ela retoma a preocupação em Future Nostalgia, seu segundo álbum de estúdio, lançado nesta sexta-feira (27). Com três singles já lançados, o álbum vai muito além de conselhos para uma vida mais saudável após um término conturbado.
Ainda bem. Afinal, a cantora britânica de 24 anos decidiu antecipar o lançamento de seu novo disco em uma semana por conta do coronavírus. Em vídeo nas suas redes sociais, mostrando tristeza também por algumas faixas do material terem vazado antes da hora, Dua Lipa afirmou que pretendia "trazer um pouco de alegria" nesse momento difícil.
E isto, de fato, ela consegue. Nas 11 faixas de Future Nostalgia, a artista recupera a preocupação em superar um relacionamento, mas também fala sobre se apaixonar novamente, uma noite bem acompanhada e, no fim, que “meninos sempre serão meninos”, no sentido mais literal da expressão.
Se em New Rules, seu hit de 2017, ela recomenda que a pessoa não atenda o telefone ou não deixe o boy entrar na casa quando ele o procurar, agora os mandamentos são outros. Em Don't Start Now, primeiro single do disco lançado em novembro, ela recomenda que o ex nem tente sair de casa e nem se preocupe em se importar com ela ao vê-la na pista de dança.
Fases do amor
Assim como seu álbum de estreia, a premissa de Future Nostalgia é colocar o ouvinte para dançar com um pop grudento. A faixa título abre o material em um ritmo crescente, como se fosse um aquecimento, falando de si mesmo. “No matter what you do I'm gonna get it without ya (Hey, hey)” (“Não importa o que eu farei sem você”, em tradução livre), diz o refrão, dando indício do que viria adiante.
Depois da já conhecida Don’t Start Now, Dua Lipa vai para paixões desenfreadas em Cool, Physical e Levatating. A segunda delas, por exemplo, invoca trechos da faixa homônima de Olívia Newton-John, de 1981, e foi o segundo single de trabalho deste disco, embalada pelo trecho “Who needs to go to sleep, when I got you next to me?” (“Quem precisa ir dormir quando você está próximo de mim?”).
O meio do disco faz uma mescla entre um romance mais carnal, preocupado com um bom sexo (como visto na faixa Pretty please). Porém, quando achamos que a britânica está encontrando uma alma gêmea, temos seu golpe de mestre com a canção seguinte: é a hora de Break My Heart, que fala sobre um homem que irá causar uma confusão mental. “I'm afraid of all the things you could do to me” (“Eu tenho medo de todas as coisas que você poderia fazer para mim”), suplica ela, para o ouvinte. É tarde demais. Estamos derretidos pelo seu pop dançante, mesmo que seja uma letra de derrota amorosa.
Por fim, o material fecha com Good in Bed e Boys Will Be Boys. De forma irônica, a última faixa do disco faz uma interpelação sobre a existência dos homens. Afinal, é isso que Dua Lipa acaba brincando em suas composições: o quanto precisamos (ou não) deles ao nosso redor.