— Hoje eu vim para bagunçar!
Esse grito foi dado por Alok por volta das 2h deste domingo (2). Na sua frente, milhares de planetários ensandecidos por música eletrônica no meio do Planeta Atlântida 2020. Na casa dele, o recém-nascido Ravi descansava com tranquilidade.
Alok, no entanto, está longe de se tornar aquele pai carrancudo e "serião". Apesar de seu primeiro filho ter nascido no último dia 10 de janeiro, e esta ser a segunda apresentação do artista após a "licença paternidade", o DJ comprovou que festa é a sua especialidade. Para começar sua apresentação no maior festival de música do sul do país, o produtor musical trouxe os versos marcantes “soy el fuego que”. O público foi ao delírio.
Como em todas as suas apresentações, ninguém consegue ficar um minuto parado. O DJ mistura trechos de música pop e de rock com a batida eletrônica - oscilando de Adele a Red Hot Chili Peppers. Aos poucos, Alok grita “hey, oh”, como se estivesse regendo um grande coral, fazendo todos agitarem os braços no alto de forma sincronizada.
Hear Me Now - faixa produzida por ele com Zeeba e Bruno Martini - foi um dos pontos mais marcantes da performance. Recordista do Spotify, o hit ajudou e consagrou Zeeba como o compositor brasileiro mais ouvido no mundo em 2016 - marca que é mantida até hoje graças às execuções no streaming.
O repertório também apresentou outras canções suas que garantiram milhões de visualizações no Spotify. Estes foram os casos de Big Jet Plane e Favela, que também agitaram o público.
No meio do show, Alok fez uma pausa inesperada. Um planetário não estava bem na grade e ele pediu para acender as luzes, facilitando que a equipe ajudasse no atendimento. Como todo pai deve ser: responsável.
Viagem de estilos
O DJ também aproveitou a festa para lançar músicas inéditas. Uma delas tinha os dizeres "the book is on the table". Sem maiores detalhes, as produções devem ser liberadas em breve nas plataformas do músico, que tem mais de 11,8 milhões de ouvintes no Spotify.
Além do pop, o artista fez uma verdadeira viagem por todos os estilos musicais possíveis. Clássicos do rock como Another Brick in The Wall, do Pink Floyd, e Sweet Child O' Mine, do Guns, facilmente foram se misturando ao reggaeton de J Balvin (Mi Gente) e Luis Fonsi (Despacito). Se não bastasse tudo isso, Alok foi então para o funk, remixando Baile da Gaiola (de Kevin O Chris), Parado no Bailão (de MC L Da Vinte e MC Gury) e até Rap das Armas (Cidinho E Doca).
E assim seguiu, neste grande liquidificador de estilos, até o final de sua performance. Faixas como Pais e Filhos, do Legião Urbana; Anna Júlia, do Los Hermanos; e We Are the Champions, do Queen; pintaram no setlist.
Nos minutos finais, para celebrar o evento, Alok repetiu uma de suas tradições: fez os planetários se unirem, abraçados lateralmente, para pularem de um lado ao outro na Saba.
— Vamos causar um terremoto — provocou Alok.
Para quem prometeu que a bagunça seria feita, a promessa estava cumprida. Se seguir os passos do pai, Ravi está mais do que confirmado como o festeiro da turma. Alok que se prepare.