Se já foi normal para o folião questionar a orientação sexual de Zezé por conta do cabelo dele ou dizer Maria também é João, hoje esses versos soam pejorativos. São encarados com estranhamento. Na última década, marchinhas que faziam sucesso em Carnavais de outrora foram "canceladas" por blocos de rua pelo país. Isso em razão de letras que remetam a homofobia (Cabeleira do Zezé e Maria Sapatão), racismo (O Teu Cabelo Não Nega e Nega Maluca), machismo (Maria Escandalosa e Andorinha) e, inclusive, violência contra a mulher (Dá Nela) – o que convencionou-se a chamar de conteúdo politicamente incorreto. Uma reportagem de 2017 do jornal O Globo já apontava para esse movimento: blocos como Mulheres Rodadas, Cordão do Boitatá e Charanga do França baniram essas marchinhas.
Canceladas
Carnaval proibidão: por que marchinhas antigas são alvo de controvérsia
Canções como "Cabeleira do Zezé" e "Maria Sapatão" passaram a ser evitadas por blocos de rua