Há dois anos, quando surgiu em clima de romance com Pabllo Vittar no clipe de Corpo Sensual e passou a ser conhecido em todo o país, Mateus Carrilho já estava ensaiando dar adeus à Banda Uó, com a qual movimentou o circuito indie e marcou presença nos principais festivais do centro do país ao lado de Mel Gonçalves e Davi Sabbag. O grupo fez sucesso sobretudo no Sudeste, com canções divertidas como Arregaçada, Faz Uó, Catraca e Shake de Amor.
Com o fim do trio, em março do ano passado, Davi optou, na empreitada solo, por uma pegada mais romântica. Mel, artista trans e militante do movimento LGBTQ+, apostou, em janeiro deste ano, no videoarte intitulado O Medo, em que aborda o tema da depressão. A irreverência e o som dançante que pautaram a trajetória de sete anos da Banda Uó ficaram de herança apenas para Mateus, que se apresenta nesta sexta-feira (6) no Agulha, em Porto Alegre, com a turnê Toma & Rasga.
– Os meninos meio que embarcavam muito nas minhas ideias. Isso sou eu como artista, é o que sempre fiz. Fazia isso na Banda Uó e agora faço isso solo. As pessoas não sabiam quem estava ali tendo aquelas ideias ou trazendo aquele universo. Esse universo do Brasil e do brega sempre foi uma coisa muito enraizada minha – explica o goiano natural de Goianésia, que completa: – No meu trabalho solo, se você for reparar nas nuances, existe uma diferença muito grande. A Banda Uó tinha uma anarquia, um humor e uma rebeldia que eram dela. Faço uma coisa que é mais popular, mais madura. Eu não fico falando tanto sobre humor. O meu trabalho continua com os ritmos brasileiros, mas as letras são mais polidas. Não sou mais aquele garotinho, sou um cara mais adulto.
Os fãs saudosos do grupo, entretanto, não precisam ficar preocupados. Mateus garante que no show alguns hits da banda estarão presentes, além das músicas do EP da nova fase, Não Nega, lançado no ano passado. Entre elas estarão a faixa-título e a divertida e dançante Privê, uma mistura de axé com brega que narra o desejo de um encontro agitado no motel: “Imaginei nós dois numa cama redonda / Sidra Cereser pra gente tirar uma onda / Rosa vermelha espalhada pela cama / Cê tá querendo, sua cara não me engana”.
Formado em Publicidade, o cantor, que virá à Capital acompanhado de DJ e bailarinos, promete “um showzão de pop”:
– Vai ter muita coreografia. Todo mundo que estiver a fim de se divertir e dançar vai gostar do show, sem dúvida, porque é para se jogar.
Colaborações
Também estarão no setlist Toma, parceria com a funkeira Tainá Costa, e Sonzeira, com MC Tha, além de Chega, de Duda Beat, cantora que lotou os três shows que fez em Porto Alegre nos últimos meses. Gravada também ao lado de Jaloo, a canção lançada no festival Lollapalooza deste ano, em abril, já conta com mais de 1,1 milhão de visualizações no YouTube. São colaborações que têm marcado a carreira solo de Mateus Carrilho:
– Tive muita sorte. Todos os feat que eu fiz ultrapassaram a música. Foram com pessoas que eu amo, artistas que eu admiro. Quero seguir com isso, já virou uma tradição para mim.
Fazer feat (participações), nas palavras do músico de 30 anos, precisa ir “além de só estar junto em uma música”:
– Tem que ser vida, ser amizade verdadeira.
São laços que Mateus pretende estreitar também com os admiradores gaúchos:
– Conheço muito pouco do Sul. Espero que este show seja o máximo. Quero ver o rostinho dos meus fãs, que a gente cante e dance juntos. E que eu possa criar uma relação muito mais próxima e voltar sempre.
Mateus Carrilho - Toma e Rasga
Sexta-feira, às 22h
Classificação: 16 anos
Agulha (Rua Conselheiro Camargo, 300)
Ingressos: de R$ 50 a R$ 120, no local ou em sympla.com.br