A opinião de Milton Nascimento sobre a música brasileira desagradou parte dos artistas. Em entrevista publicada no domingo (22) no jornal Folha de S.Paulo, o ícone da MPB disse que a "música brasileira tá uma merda" e que "as letras, então (...) uma porcaria".
A cantora Anelis Assumpção, filha do cantor e compositor Itamar Assumpção, foi uma das que se posicionou em defesa da música produzida atualmente. Conhecida por mesclar gêneros como rap, reggae, afro beat, samba e bossa nova, a paulista fez um longo relato no Instagram pedindo que Milton buscasse conhecer os artistas independentes cujos trabalhos não ganham os holofotes da grande mídia e das plataformas de streaming. Citou, como exemplo, Liniker e Rincon Sapiência.
"Há, neste Brasil, infinitos artistas enriquecendo a cultura com novas linguagens, escritas e tecnologia. Há uma música preta, ocupando um espaço inédito que vai de Rincon a Josyara. Você já ouviu a Josyara tocar e cantar? E Liniker? Luedji? Percebes que tem muitas compositoras abrindo uma nova reflexão linguística a partir de seus escritos? É pena uma grande imensa parte da música brasileira estar à margem, como meu velho pai", escreveu a cantora.
Cantor, compositor e produtor baiano, Lucas Santtana concordou com a opinião de Anelis. "Isso aí, companheira! E ainda defendo os artistas mais populares também, tem muita gente boa!", escreveu ele.
Outros artistas fora da cena musical também corroboram o posicionamento de Anelis, como o ator Fabrício Boliveira e a radialista Roberta Martinelli.
Com a publicação da entrevista dada à colunista Mônica Bergamo, a assessoria de Milton Nascimento se retratou nas redes sociais. Disse que as críticas do compositor se referem aos artistas do mainstream nacional, consumidos em massa pelo público. Como exemplos de músicos que Milton admira, foram citados os nomes de Maria Gadú, Rincon Sapiência, Tiago Iorc, Rubel, Tim Bernardes, Tom Veloso, Djonga, Emicida, Liniker, Mallu Magalhães e Céu, entre outros.