Trinta anos depois de Like a Prayer, Madonna transgride novamente: em Dark Ballet, lançado na quinta-feira (6), a cantora mistura Joana D'Arc, religião e um artista transgênero para falar sobre a tortura provocada pelo preconceito.
Se no clássico lançado no início de sua carreira Madonna utilizou-se de um santo negro para criticar o ódio racial, em Dark Ballet o foco é a intolerância contra questões de gênero. O ativista e artista Mykki Blanco é uma Joana D'Arc contemporânea — além de negro(a)—, queimado(a) na fogueira de fanáticos por ser diferente — Blanco não se identifica com um gênero em específico, ou seja, é uma pessoa não binária, não se definindo só como homem ou só como mulher.
— Ela lutou contra os ingleses e venceu, e ainda assim os franceses não ficaram felizes. Ainda assim a julgaram. Elas disseram que ela era um homem, eles disseram que era uma lésbica, disseram que era uma bruxa e, no fim, a queimaram, e ela não temia a nada. Eu admiro isso — disse a cantora sobre a heroína francesa, queimada em praça pública para ser canonizada séculos depois.
Dirigido por Emmanuel Adjei, o clipe de Dark Ballet é considerado o mais ousado das músicas de Madame X, novo disco da cantora que mostra vigor aos 60 anos. Para conferir, é só dar play acima.