Quando O Sol surgiu na vida de Vitor Kley, de fato realinhou a órbita dos planetas que constituem sua galáxia. Nascido em Porto Alegre e com uma infância vivida em Novo Hamburgo, o loiro cabeludo de 24 anos aproveitou o seu primeiro hit – música que, só por ser citada rapidamente neste parágrafo, provavelmente grudará os versos “vê se não esquece e me ilumina, preciso de você aqui” na sua mente — para dar embalo a uma carreira que vem rendendo prêmios, turnês e vida de celebridade ao músico de trajetória já não tão breve (seu primeiro disco, independente, saiu em 2009, quando tinha apenas 15 anos). Neste fim de semana, o gaúcho volta ao pago para fazer um show inédito: vai tocar Adrenalizou (2018), seu terceiro disco, na íntegra, em Porto Alegre e em Novo Hamburgo — duas cidades que fazem parte de sua história — nesta sexta-feira (26) e sábado, respectivamente.
Adrenalizou é praticamente uma coletânea dos sucessos recentes de Vitor Kley, que desde 2015 tem sua carreira produzida por Rick Bonadio, espécie de midas (esse é o nome de sua gravadora) do pop nacional. Estão no disco, além de O Sol, seu maior hit, outros sucessos — ou segundos sóis — como Morena e a faixa-título. Kley já fez shows no Estado depois de lançar o disco (abriu a programação do Planeta Atlântida no início deste ano, por exemplo), mas nenhum específico da turnê de Adrenalizou. Até por isso, as apresentações deste fim de semana estão deixando o gaúcho nervoso:
— Uma ansiedade boa, sabe? São cidades que me abraçaram desde o início. Ainda estou no começo, mas Porto Alegre e Novo Hamburgo são especiais. Minha família vai me assistir, é emoção à beça. Tenho até que me cuidar para não me emocionar demais – confidencia o músico, por mensagens de áudio no WhatsApp.
Com vida estabelecida em São Paulo, o cantor viu tudo mudar nos últimos anos — principalmente depois de 2018, quando O Sol foi a música pop mais tocada nas rádios do país, segundo a Billboard Brasil, superando nomes como Anitta e Ed Sheeran. Até por isso, Kley fala muito de sua família. Parece se esforçar para não deixar o sucesso o deslumbrar:
— É uma tarefa difícil. Tudo mudou, o número de shows estourou, fico meses sem ir para casa, mudo muito de lugar, sou tirado do meu habitat natural, que é a praia. O balanço que eu faço de tudo é sempre positivo, acho que conseguimos, eu e minha família, manter os pés no chão.
Temas políticos, só para reforçar a positividade
Em time que está ganhando não se mexe, e Kley sabe disso. Para não fugir de suas características, o cantor diz que não costuma planejar suas composições. Espera brotarem e as coloca no papel, o que faz com que sigam a levada praiana e o clima leve de seus sucessos. Um remix de O Sol, no entanto, fez sucesso dando uma batida eletrônica ao hit e mostrou ao músico novas possibilidades. Ele diz que o fato abriu sua cabeça, mas garante que não deve fugir da fórmula voz e violão de compor.
— Gosto das minhas músicas do jeito que eu faço, orgânico. Sempre tento pensar em escrever coisas positivas. Letras com discurso, por exemplo, talvez eu escreva, mas com o intuito de passar coisas boas. Meu papel no mundo é transmitir positividade.
Vitor Kley
Sexta-feira, às 22h. Teatro do Bourbon Country (Avenida Túlio de Rose, 80), em Porto Alegre. Ingressos: de R$ 60 a R$ 130, à venda pelo site uhuu.com.br ou na bilheteria do local. Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante nos primeiros cem ingressos e de 10% nos restantes.
Sábado, às 21h. Teatro Feevale (ERS-239, 2.755 – Campus II da Universidade Feevale), em Novo Hamburgo. Ingressos: de R$ 60 a R$ 120, à venda em uhuu.com.br e nas bilheterias dos teatros Bourbon Country e Feevale.