A novela envolvendo a banda norte-americana Dead Kennedys e o pôster de seus shows no Brasil ganhou mais um capítulo: nesta segunda-feira, três dias depois de o grupo anunciar o cancelamento dos shows no país, a produtora responsável pela turnê publicou um texto afirmando que não foi informada sobre o cancelamento.
"Fomos surpreendidos na sexta-feira com um comunicado na página da banda Dead Kennedys de que a turnê havia sido cancelada. Não fomos informados sobre isto por e-mail ou telefone. Enviamos ontem um e-mail ao empresário e agente da banda solicitando informações e nos foi dito que teremos uma posição oficial da banda amanhã sobre isto, dia 30, à tarde aqui no Brasil", diz o texto publicado pela EV7 Live em sua página no Facebook.
Relembre o caso
A polêmica começou quando um cartaz da turnê brasileira dos Dead Kennedys foi divulgado na página da EV7. A arte do ilustrador brasileiro Cristiano Suarez mostrava uma família fantasiada de palhaço, vestindo camisetas parecidas com as da Seleção Brasileira e portando armas, referências à situação sociopolítica brasileira, ao nazismo e ao integralismo (movimento de extrema-direita fundado no Brasil na década de 1930).
Em meio à polêmica, a banda foi às redes sociais para informar que o cartaz "não foi autorizado" e "foi divulgado pelo promotor dos shows sem o conhecimento" dos membros. No entanto, menos de uma hora depois de divulgar a nota, o post foi apagado.
Dias depois, o grupo voltou às redes sociais para anunciar o cancelamento da turnê no Brasil. No texto, diziam que "não poderiam tocar no país neste ano" e que esta é "realmente a única alternativa de manter as pessoas seguras". Além disso, a banda disse que "o promotor no Brasil realmente não soube como gerenciar as coisas da forma correta" e que "ações estúpidas foram tomadas e que fizeram com que os pregadores de ódio se manifestassem por todos os lados".