A interação entre músicos e público marcou a quarta edição do Festival BB Seguros de Blues e Jazz realizada neste sábado, no Parque da Redenção, em Porto Alegre. Como a chuva reduziu a presença de espectadores e deixou alguns espaços vazios no gramado, algumas das principais atrações do evento aproveitaram o clima pacato para descer do palco, tocar e cantar ao nível do chão, serpenteando entre fãs surpresos de celular em punho para registrar o passeio do artista.
Realizado pela terceira vez em Porto Alegre (a Capital não foi contemplada em uma das edições anteriores), o festival que costuma percorrer várias cidades pelo Brasil começou ao meio-dia — uma hora além do previsto em razão da chuva insistente. Somente por volta das 15h, quando o tempo firmou um pouco, aumentou a presença do público diante do palco e nas barracas montadas ao redor onde eram oferecidas oficinas e pintura facial para crianças, além da exibição de telas pintadas por artistas de outras cidades por onde o BB Seguros passou.
O saxofonista Léo Gandelman, que se apresentou após o show de Renato Borghetti, foi um dos músicos que circularam em meio aos fãs sentados em cangas, cadeiras de praia ou pufes infláveis na Redenção.
_ A vida fica melhor improvisada. Vamos improvisar _ discursou Gandelman depois de voltar ao palco, fazendo uma referência ao hábito dos músicos de jazz de se deixar levar pela inspiração.
O bluesman americano Lil' Jimmy Reed, que se apresentou a seguir, seguiu os passos do saxofonista brasileiro. Sumiu atrás do palco para reaparecer, minutos depois, tocando sua guitarra e cantando no meio do público. Empolgados, muitos fãs seguiram o músico através do gramado — boa parte deles gravando a cena com o celular. O evento se encerraria no final da tarde, quando a chuva voltou a atrapalhar, com o show de Pepeu Gomes.
— Somos de São Paulo, moramos há dois anos em Porto Alegre, e foi a primeira vez que vimos um show aqui na Redenção. Apesar do tempo, é um lugar muito bom para ouvir música. Gostamos demais da experiência — contou a estudante Lívia Guerra, 35 anos, ao lado do marido Rodolfo Medeiros, 36 anos, e dos filhos Benjamim e Estela, ambos de quatro anos.
A diretora da Marolo (empresa que organiza o festival), Maria Dolores, reconheceu que a chuva reduziu bastante o público na comparação com as duas edições anteriores. Apesar disso, se mostrou satisfeita com o evento:
— Choveu bastante mas muitas pessoas vieram mesmo assim, e tudo ocorreu com segurança.