Tirem as crianças da sala – ou melhor, não as levem ao Opinião amanhã, porque a noite está dedicada a um programa duplo com dois gigantes do metal extremo, o grupo americano Cannibal Corpse e a banda inglesa Napalm Death. Formadas nos anos 1980, ambas são representantes de um subgênero ainda mais radical do heavy metal, marcado por um som de andamentos acelerados, guitarras agressivas e muito distorcidas, percussão pesadíssima e vocais guturais. A temática também é para poucos: as canções, curtas e diretas, costumam versar sobre temas totalmente fora do mainstream, como niilismo, desespero, autoritarismo, cenas macabras, horror “gore” com litros de sanguinolência, crimes brutais, obsessões sexuais e a transitoriedade da existência.
Formado em 1981, o Napalm Death se tornou amplamente conhecido entre os fãs do gênero mesmo antes de ter um álbum de estreia, por meio de fitas demos que circulavam na cena do metal inglês no início dos anos 1980 e colocaram canções da banda em antologias. O seminal álbum de estreia, Scum, viria somente em 1987, com músicas que se tornaram aclamadas, como You Suffer, Siege of Power e a própria faixa-título. Já no ano seguinte o grupo lançou outro petardo, From Slavery to Obliteration, que condensa 22 faixas em meia hora de gravação, numa declaração de intenções de uma banda que pretendia soar cada vez mais rápida.
Houve muitas trocas de integrantes enquanto a banda fixava seu som, originalmente mais ligado ao punk hardcore. Hoje, 21 anos e 16 álbuns depois, não há mais nenhum dos fundadores no grupo. O membro mais antigo é o baixista Shane Embury, e a formação conta ainda com Mark Greenway (vocal), Mitch Harris (guitarra), e Danny Herrera (bateria).
A banda se diferencia fundamentalmente da Cannibal Corpse por adotar um tom mais político e niilista.
Já a Cannibal Corpse faz de suas músicas pequenos contos de horror sobre necrofilia, assassinatos e canibalismo. Foi fundada em Buffalo, no Estado de Nova York, em 1988, e mais tarde se radicaria na Florida. Também fez nome por meio de demos antes de gravar seu álbum de estreia, Eaten Back to Life (1990). O grupo consolidou sua reputação nos seguintes Butchered at Birth (1991), e Tomb of the Mutilated (1992, considerado um marco da banda). Liderada pelos remanescentes da formação original Alex Webster (baixo) e Paul Mazurkiewicz (bateria), com o vocalista George Fisher e os guitarristas Rob Barrett e Pat O’Brien, a Cannibal Corpse lançou no ano passado seu 15º disco, Red Before Black.
Polêmicas e banimentos
A radicalidade de ambas as bandas já provocou embates acirrados. O clipe de Breed to Breathe, do Napalm Death, gravado em 1997, misturando imagens científicas da concepção do ser humano com flagrantes de violência urbana, foi proibido na Alemanha até mesmo em DVD. A Cannibal Corpse, o grupo mais bem sucedido comercialmente em um subgênero que voluntariamente renega o apelo comercial, já foi alvo de várias associações religiosas e políticas que tentaram (e às vezes conseguiram) proibir apresentações do grupo ou vendas de seus discos – na Rússia eles ainda estão proibidos de tocar. O vocalista George Fisher, em entrevista recente à revista Thrasher, ironizou a preocupação dos críticos com suas canções.
– Olha, nós somos uma banda de death metal; fazemos coisas tipo filme de terror. É ficção. Não é real. Nós somos como o Stephen King com música.
Cannibal Corpse e Napalm Death
Amanhã: às 20h.
Abertura da casa: ÀS 19h.
Local: Opinião (José do Patrocínio, 834), fone (51) 3211-2838.
Ingressos: de R$ 172,50 a R$ 322
Pontos de venda:
- Bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – somente em dinheiro):
- Youcom Bourbon Wallig.
Demais pontos de venda (sujeito à cobrança de R$ 5 de taxa de conveniência – somente em dinheiro):
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Online: pelo site blueticket.com.br