Uma das bandas mais queridas do pop gaúcho está comemorando 25 anos de estrada. A celebração dos Papas da Língua Serginho Moah (voz e violão), Léo Henkin (guitarra), Zé Natálio (baixo) e Fernando Pezão (bateria) foi no palco do Theatro São Pedro, na noite deste sábado (2), como mostra a foto abaixo, publicada no Instagram do grupo.
O quarteto relembrou os cinco momentos mais marcantes dessa trajetória, falou sobre as dificuldades de se firmar no atual cenário musical e falou da expectativa para o show especial que aconteceu neste sábado, já que os espetáculos de domingo foram cancelados por ocasião da morte do pai do vocalista do grupo, Serginho Moah. Em nota, a produção do grupo pede "desculpas ao público que adquiriu ingressos" e solicita que seja feito contato com o teatro para devolução do dinheiro pelo telefone (51) 3227.5100 ou diretamente na bilheteria a partir de segunda-feira (4).
Ainda conforme, o comunicado, uma nova data para o show "será agendada para breve". A direção do Theatro São Pedro disse que a bilheteria estará aberta nesta segunda-feira das 13h às 18h30min.
É uma trajetória marcada por sucessos nas rádios, hits em novelas e viagens pelo Brasil e pelo mundo – o quarteto soma mais 2 mil shows, com apresentações em outros nove países: Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Áustria, Angola, Argentina, Uruguai e Paraguai.
O Papas surgiu em 1993, época em que CD ainda era novidade, fitas K7 gravadas circulavam entre amigos e os fãs ligavam para a rádio pedindo suas canções favoritas. De lá pra cá, muita coisa mudou. Serviços de streaming são a principal forma de ouvir música ou assistir a videoclipes dos artistas. Serginho se mostra apreensivo com essa nova era da indústria fonográfica:
– Confesso que tenho um certo saudosismo. A gente não toca mais no rádio, às vezes tem gente que não tem mais esse acesso imediato à música. Por outro lado, acho desafiador ter passado por todas as plataformas, estar em constante movimento. É fundamental estar inserido nesse contexto, nessas mudanças e se reinventar.
Zé Natálio enfatiza:
– Tem que bater o pé na porta com mais força, tentar convencer. Às vezes, eu fico pensando: "Como é que uma banda como essa, com esse repertório, com essas canções, não tá por tudo?". A gente tá dando murro em ponta de faca.
Em 25 anos de convivência, é normal que surjam crises na relação, certo? Que nada! Para os integrantes da banda, o segredo para manter a harmonia é simples.
– A base é conversar, colocar nossas opiniões, tentar manter a paz. O diálogo é fundamental – diz Serginho.
– Diálogo e vontade de estar junto, tocando, levando a nossa música – reforça Léo.
Carreira internacional, prêmios, música em novela, DVD ao vivo. Será que falta alguma coisa para o Papas da Língua? O que o público pode esperar da banda nos próximos 25 anos?
– Usando uma linguagem da galera do futebol, dar continuidade ao trabalho, estar mais intensamente, sentir vontade de jogar – opina Serginho.
Reinvenção é a palavra-chave, segundo Léo:
– A gente já fez tanta coisa nesses 25 anos. O desafio é se adaptar a esse novo mundo, encontrar um caminho. Hoje em dia, a gente não sabe o quanto está alcançando. O desafio é encontrar o caminho, surfar nessa onda e encontrar nosso lugar.
Com três apresentações no Theatro São Pedro – uma sessão extra foi aberta no domingo à noite, tamanha a procura por ingressos – os Papas adiantam o que o público pode esperar desse show especial de 25 anos.
– Um misto de tudo, elencamos algumas músicas fundamentais, músicas inéditas, mas também as "lado B", que por algum acidente de percurso não foram trabalhadas na mídia.