"Se não houvesse satisfação no sofrimento, o samba-canção não teria nenhum tipo de público", disse a Zuza Homem de Mello o psicanalista Jorge Forbes, um dos introdutores do pensamento lacaniano no Brasil. Os trechos da entrevista de Forbes aparecem no capítulo 13, O Refúgio Barato dos Fracassados no Amor, do novo livro do jornalista paulistano, Copacabana – A Trajetória do Samba-canção (1929-1958). Difícil classificá-lo como a obra-prima de Zuza, tantos são os fundamentais livros que vem lançando nas últimas décadas, mas talvez aqui ele se supere. Começando por contar a história física da famosa praia, Copacabana descreve em minúcias a atmosfera musical, boêmia e mundana do Rio de Janeiro, com texto sempre saboroso e sacadas únicas, que só poderiam sair de sua argúcia, proximidade dos fatos, faro de pesquisador puro-sangue e, claro, seu amor pela música e os músicos.
Artigo
Zuza Homem de Mello disseca a história do samba-canção, a trilha triste de um país alegre
"Copacabana", mais recente livro do jornalista especializado em música brasileira, fala do gênero que inclui da "dor-de-corno" de Lupicínio Rodrigues à pré-bossa nova de Dick Farney
Juarez Fonseca